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Oriente Médio

Netanyahu: exército usará 'toda a força necessária' em Gaza

Primeiro-ministro israelense disse que manterá operações contra o Hamas

2 ago 2014 - 16h10
(atualizado às 17h05)
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<p>Premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ao lado do ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, durante reunião de gabinete em Tel Aviv</p>
Premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ao lado do ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, durante reunião de gabinete em Tel Aviv
Foto: Dan Balilty / Reuters

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou neste sábado que o exército israelense irá manter suas operações contra o Hamas na Faixa de Gaza "pelo tempo que for necessário" em Gaza e com "toda a força necessária".

"Prometemos desde o início o retorno à calma para os cidadãos de Israel e vamos continuar a agir até que tenhamos atingido este objetivo. Isto levará o tempo que for necessário e empregaremos toda a força necessária", declarou Netanyahu à imprensa em Tel Aviv.

Preço "intolerável"

Netanyahu ameaçou exigir um "preço intolerável" do Hamas na Faixa de Gaza, se os ataques a partir do território palestino continuarem.

"Nós não aceitamos a continuação dos disparos", disse Netanyahu a repórteres. "Ele (o Hamas) vai ter que entender... que pagará um preço intolerável, a partir de sua perspectiva, pela continuação dos disparos."

Destruição de túneis

Para o primeiro-ministro, Israel está preparado para continuar lutando contra militantes palestinos na Faixa de Gaza depois que o Exército concluiu sua principal missão de destruir túneis na região da fronteira.

"Após a conclusão da operação antitúneis, o IDF (sigla em inglês para as Forças de Defesa de Israel) vai agir e continuar agindo de acordo com nossas necessidades de segurança, até chegarmos ao nosso objetivo de restaurar a segurança para você, cidadão de Israel", disse em um discurso televisionado.

"Prometemos que devolveríamos a calma à população israelense, não importa quanto tempo será necessário e nem que meios devemos empregar", ressaltou o primeiro-ministro israelense sem deixar claro se suas forças deixarão a faixa nos próximos dias ou se enviará uma delegação ao Cairo para negociar um cessar-fogo com o Hamas.

Os principais comentaristas locais não se mostraram unanimes neste sábado ao interpretar a mensagem de Netanyahu, mas todos concordaram em dizer que se trata de uma nova fase, de redução das atividades ofensivas e de análise da situação.

As forças blindadas e de infantaria do Exército israelense, que estiveram dentro da faixa nestas duas últimas semanas, começaram a se retirar nesta tarde até tomar posições junto à fronteira, mas ainda dentro do lado palestino.

No entanto, na região de Rafah, situada ao sul da faixa e junto à fronteira com o Egito, onde se concentram as buscas pelo soldado desaparecido na última sexta-feira (o qual Israel dá por capturado), a forte presença militar israelense ainda era notável.

"Não temos nada contra a população de Gaza que não está relacionada com o terrorismo", disse Netanyahu ao ressaltar que o "Hamas investiu longos anos na construção de suas infraestruturas terroristas".

Horas antes desse discurso, fontes do escritório do primeiro-ministro israelense revelaram à imprensa local que o país tinha adotado uma política unilateral e estaria se retirando de Gaza sem alcançar um cessar-fogo com o Hamas, a fim de não ter que fazer concessões nas negociações.

Neste caso, segundo as fontes citadas, o Exército passaria a responder sob a fórmula de "calma por calma", enquanto o "Canal 10" informou que uma pequena parte das forças israelenses já havia cruzado a fronteira, mas que a retirada completa ainda levaria alguns dias para ser realizada.

Em seu comparecimento, Netanyahu também agradeceu o apoio dos Estados Unidos, com o qual teve vários confrontos diplomáticos nos últimos dias, e dos governos europeus, pedindo a ajuda de todos na reconstrução da faixa e na sua desmilitarização.

Na ocasião, Netanyahu também destacou a "relação especial que manteve com os países da região", em alusão ao Egito, Jordânia e Arábia Saudita, e que, em sua opinião, "abrirá novas oportunidades ao termino da campanha".

Ao contrário do Catar e Turquia, que apoiam o Hamas, vários países pró-ocidentais do Oriente Médio se abstiveram de condenar abertamente Israel por sua operação contra o movimento islamita, que, por sua vez, se queixou duramente da falta de solidariedade com um povo árabe como o palestino.

"Há povos no mundo que entendem perfeitamente o que é o Hamas", afirmou o primeiro-ministro israelense, que ressaltou que o único objetivo do Hamas é fazer com que "a população de Gaza sofra".

com informações da Reuters e da EFE

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