Netanyahu diz estar pronto para retomar negociações de paz com Abbas
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nestar terça-feira estar pronto para retomar as negociações de paz e falar com o presidente da palestina, Mahmoud Abbas, sem estabelecer condições prévias, inclusive cogitando se deslocar até Ramala, informou em comunicado.
"Não tenho nenhuma condição prévia para as negociações. Estou disposto a ir agora a Ramala (sede da Autoridade Nacional Palestina) ou a qualquer outro lugar para me reunir e conversar de maneira direta e sem pré-condições", declarou o chefe do Executivo israelense durante um encontro em Jerusalém com representantes da ONG Mulheres Fazem a Paz.
Durante 50 dias - os mesmos que durou a ofensiva militar israelense sobre Gaza ano passado, as mulheres da ONG fizeram uma greve de fome para exigir que Netanyahu volte à mesa de negociações com os palestinos, estagnadas há mais de um ano.
"Queremos negociar com os palestinos", afirmou o primeiro-ministro israelense no encontro com Saviona Rotaly, Milana Yaari, Eilat Harel e Amal Reihan Abu Ramadan, três israelenses e uma palestina de nacionalidade israelense, e afirmou a elas que apoia "a solução de dois Estados para os dois povos. Um Estado palestino desmilitarizado que reconheça o Estado judeu".
"Se têm a intenção de se encontrarem com Abu Mazen (Mahmoud Abbas), digam-lhe que estou pronto para encontrá-lo se ele também estiver", acrescentou.
Em abril do ano passado fracassou a enésima tentativa da comunidade internacional, desta vez dirigida pelo secretário de Estado americano, John Kerry, de levar palestinos e israelenses à rota da paz.
A falta de acordo em questões-chave, como os assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, o direito ao retorno dos refugiados palestinos, e a exigência de Netanyahu de que os palestinos reconheçam o país como um Estado judeu foram alguns dos impedimentos que levaram ao fracasso das conversas após nove meses de negociações.
Fontes diplomáticas em Jerusalém afirmaram à Agência Efe que o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, se reuniu duas vezes com o encarregado de negociações israelense, o ministro do Interior, Silvan Shalom, para avalia as possibilidades de retomarem as negociações.
Fontes palestinas garantiram que Erekat não propôs a Shalom novas condições para reiniciar o diálogo, mas pediu que Israel cumpra suas obrigações em acordos já assinados, como por exemplo o fim do crescimento das colônias judaicas em território palestino, a reabertura de instituições palestinas em Jerusalém Oriental e a libertação de presos anteriores aos Acordos de Oslo (1993).
Erekat também teria pedido, em contrapartida, que seja colocado na mesa um mapa para começar a delinear fronteiras, o que teria sido rejeitado.
