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Oriente Médio

Natan Alexander, o rabino israelense que vende brinquedos sexuais kosher

5 jun 2015 - 10h12
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Todos os vibradores vendidos por Natan Alexander, sejam inspirados na Torre Eiffel, na Estátua da Liberdade ou no Coliseu romano, têm o mesmo objetivo: dar prazer aos casais de judeus, mas com a garantia moral conferida por um rabino ortodoxo israelense.

"É preciso ajudar os casais religiosos a viver melhor sua sexualidade", explica à AFP Natan Alexander, de 34 anos, morador do bloco de colônias de Gush Etzion, na Cisjordânia ocupada.

Nascido em Sidney em uma família judia não praticante, Alexander se tornou religioso bem jovem e realizou estudos talmúdicos em Israel, que lhe permitiram obter um diploma rabínico. Em 2014, se lançou à venda de 'sex-toys' destinados ao público religioso.

Seu site, bebetter2gether.com ("viver melhor juntos") vende vibradores, 'bolas de gueixa', objetos fálicos e lubrificantes em Israel, mas também em Estados Unidos, Grã-Bretanha, África do Sul e Austrália.

O site soma 20.000 visitas por mês e cinco pedidos diários, em média, diz o rabino.

"Dar prazer à mulher é uma obrigação religiosa e o uso de vibradores pode ajudar um casal a ter uma sexualidade melhor", afirma. Ele não hesita em qualificar seus produtos como kosher, na acepção usual da palavra, referente ao que a lei judaica não proíbe.

"A lei judaica autoriza o uso destes objetos, que podem permitir cumprir o mandamento de dar prazer à sua mulher", explica o rabino.

Assim como a alimentação e o vestuário, a sexualidade e as relações entre os sexos são codificadas pela lei religiosa judaica, que detalha as práticas sexuais entre homem e mulher casados, e define o que é ou não permitido.

Segundo o conjunto de leis e costumes judaicos, denominado Halachá, uma mulher pode pedir o divórcio, alegando que não recebe satisfação sexual do marido.

Natan Alexander diz, sem vacilar, que seu site é uma "forma de santificar o nome divino".

Seus produtos, qualificados por categorias, são os mesmos encontrados em qualquer 'sex shop' ou em outros sites de venda na internet. Mas o rabino cuida para que não apareçam imagens indecentes no site ou nas embalagens.

O site também responde às perguntas que os casais não se atrevem a fazer aos seus rabinos, sobre ejaculação precoce, tamanho do pênis ou orgasmo. Sexólogos, conselheiros e ginecologistas respondem em uma linguagem que respeita as regras da vida religiosa e com a esperança - diz Natan Alexander - de mudar as mentalidades.

Este rabino não é o primeiro religioso judaico a se preocupar com a vida sexual de seus correligionários.

O rabino ortodoxo Shmuley Boteach obteve um êxito notável com seu livro "Kosher Sex", de 1999, e sua continuação, de 2009. "Hoje gostam das mulheres, mas não as desejam; fazem agrados a elas, mas não arrancam sua roupa", diz em um vídeo promocional de um novo livro, "Kosher Lust" ("Luxúria kosher"), de 2014.

"O judaísmo põe o prazer sexual em um lugar importante, mas este continua sendo um tema tabu", lamenta Natan Alexander. "Fico orgulhoso de ser um pioneiro neste tema", completa.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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