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Oriente Médio

Muçulmana: radicais usam homens atraentes para recrutamento

Ex-militante contou ter sido cooptada por extremistas quando tinha apenas 16 ou 17 anos, por meio de um flerte via Facebook

4 mar 2015 - 06h47
(atualizado às 07h53)
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Miliantes muçulmanos
Miliantes muçulmanos
Foto: BBC Mundo / Copyright

Grupos radicais como al-Shabab estariam usando militantes "atraentes" no recrutamento feminino. Uma militante radical muçulmana reabilitada afirma que grupos jihadistas estão usando homens atraentes como forma de recrutamento feminino.

Em entrevista ao jornal televisivo Newsnight, da BBC, a ex-militante, identificada pelo nome falso Ayesha, contou ter sido cooptada por extremistas quando tinha apenas 16 ou 17 anos, por meio de um flerte via Facebook.

O homem teria elogiado sua beleza, mas recomendado que ela cobrisse o rosto com um véu.

Ayesha também contou ter visto uma série de vídeos de propaganda mostrando "militantes bonitos".

<p>Fuga de adolescentes britânicas para casamento com jihadistas reacendeu discussão</p>
Fuga de adolescentes britânicas para casamento com jihadistas reacendeu discussão
Foto: BBC Mundo / Copyright

"Por alguma razão, todos os vídeos tinham apenas militantes realmente atraentes. Era algo bem glamouroso. Do tipo 'Uau, posso namorar alguém que é da mesma religião que a minha e não é necessariamente da mesma etnia'. Era algo bem excitante", explicou ela.

"Dava vontade de ficar com ele antes que ele morresse".

Ayesha, britânica nascida na região central da Grã-Bretanha, foi "radicalizada" antes do surgimento do "Estado Islâmico". Ela se tornou simpatizante dos grupos al-Qaeda e al-Shabab, este último operando majoritariamente na África. Seu doutrinamento invariavelmente propagava a noção de que os britânicos eram inimigos.

"Nos sermões, éramos encorajados a pensar que não éramos britânicos e a ver a Grã-Bretanha com uma nação infiel e que era nossa inimiga por matar muçulmanos", contou a mulher.

Polícia investiga entorno da escola de fugitivas britânicas:

Ayesha, porém, começou a se afastar do radicalismo quando ouviu argumentos de que mulheres não deveriam ter direitos e que era um dever de muçulmanos matar fiéis de outras crenças.

Para a mulher, militantes icônicos como John o Jihadista, o militante britânico supostamente responsável pela decapitação de reféns do "EI", seria considerado um ídolo por seus antigos colegas de radicalismo.

"Certamente considerariam ele (John) um modelo a seguir".

O depoimento de Ayesha surge num momento em que há uma discussão grande na Grã-Bretanha sobre a questão das "noivas jihadistas", jovens mulheres que fogem para regiões como a Síria e o Iraque para servirem de companheiras para militantes.

Há duas semanas, três adolescentes londrinas, todas alunas exemplares de uma escola secundária da capital, tomaram o rumo da Turquia para se juntar ao "Estado Islâmico" na Síria.

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