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Oriente Médio

Morte de aliados de Assad mostra necessidade de ação da ONU

18 jul 2012 - 11h12
(atualizado às 11h28)
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O ataque suicida que matou membros do círculo íntimo do presidente Bashar al-Assad, num momento em que os combates tomaram nesta quarta-feira a capital síria, Damasco, aumenta a urgência por ações mais firmes da ONU, disseram líderes ocidentais. A posição, no entanto, é rejeitada pela Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança.

Jovem chora a morte de uma das vítimas do massacre de Tremseh em imagem divulgada pela rede Shaam News Network. Ativistas de oposição sírios divulgaram imagens de um massacre na localidade de Tremseh, na província de Hama, que teria deixado mais de 200 pessoas mortas
Jovem chora a morte de uma das vítimas do massacre de Tremseh em imagem divulgada pela rede Shaam News Network. Ativistas de oposição sírios divulgaram imagens de um massacre na localidade de Tremseh, na província de Hama, que teria deixado mais de 200 pessoas mortas
Foto: AP

A explosão que matou o ministro da Defesa sírio e seu vice, um cunhado de Assad, deve abalar o moral e pode acelerar as deserções de membros do alto escalão do governo, mas não significa uma queda iminente do presidente, de acordo com analistas.

O chanceler britânico, William Hague, condenou o ataque suicida e disse que o acontecimento "confirma a necessidade urgente de uma resolução do Capítulo 7 do Conselho de Segurança da ONU na Síria".

O Conselho de Segurança da ONU deve votar ainda nesta quarta-feira uma resolução, proposta pela Grã-Bretanha, os EUA, a França e Alemanha, para estender a missão de observação da ONU na Síria por 45 dias e colocar o plano de paz do enviado internacional Kofi Annan sob o Capítulo 7 da Carta da ONU.

O Capítulo 7 permite ao conselho, formado por 15 países, autorizar ações desde sanções diplomáticas e econômicas a intervenção militar. Autoridades dos EUA dizem que estão negociando sanções para a Síria, mas não uma intervenção militar.

"A situação na Síria está claramente se deteriorando. Todos os membros do Conselho de Segurança da ONU têm a responsabilidade de colocar seu peso pelo aplicação do plano do enviado especial Kofi Annan para acabar com a violência", disse Hague.

A chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, disse que a explosão "nos mostra que este é o momento para ratificarmos a próxima resolução da ONU".

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que o governo francês vai pressionar pela resolução.

"Diante deste grau de violência, significa que é necessário e urgente buscar uma transição política que permita ao povo sírio ter um governo que expresse suas aspirações."

Mas, com quatro dias seguidos de confrontos em Damasco - alguns bem próximos do palácio presidencial nesta quarta - a Rússia disse que a resolução proposta vai aumentar a violência se aprovada.

"A batalha pela capital, a luta decisiva (está em curso na Síria", disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, a repórteres em Moscou. "É um beco sem saída apoiar a oposição. Assad não vai sair por conta própria e os nossos parceiros do Ocidente não sabem o que fazer quanto a isso."

A analista Gala Riani disse que o ataque suicida é "de alguma forma o ataque direto mais bem-sucedido contra o regime que tivemos até agora".

"Acho que os próximos dias serão cruciais em sinalizar para onde o conflito vai", disse Riani, analista para o Oriente Médio da consultoria Control Risks. "Mas acho que vai levar mais um tempo até o regime Assad cair."

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