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Oriente Médio

Monitores árabes ficarão na Síria apesar de "equívocos"

5 jan 2012 - 18h51
(atualizado às 19h31)
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Os monitores da Liga Árabe permanecerão na Síria para inspecionar a adesão do governo a um acordo de paz, disseram governos regionais nesta quinta-feira, apesar das críticas do primeiro-ministro do Catar aos "erros" dos enviados. O acordo busca encerrar dez meses de violência do governo contra manifestantes que pedem a renúncia do presidente Bashar al-Assad. Ávido por demonstrar sua adesão ao acordo, o governo sírio disse ter libertado mais 552 pessoas detidas durante os protestos, "cujas mãos não estavam manchadas de sangue".

O acordo prevê também a desmilitarização das cidades e o estabelecimento de um diálogo com a oposição. A equipe de monitores chegou à Síria na semana passada, mas ativistas se queixam de cerceamentos e manipulações das autoridades locais que estariam, por exemplo, escoltando os monitores e escondendo presos.

Um comitê especial da Liga Árabe que trata da questão síria se reúne no domingo no Egito para debater as conclusões iniciais da missão. O primeiro-ministro do Catar, xeique Hamad bin Jassim al-Thani, disse em Nova York, após reunião com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que é preciso "avaliar que tipo de erro foi cometido, e sem sombra de dúvidas vejo erros, ainda que tenhamos ido para observar, e não para acabar com a violência".

O xeique, que preside o comitê especial da Liga Árabe, não especificou quais erros ele acha que foram cometidos, mas afirmou estar solicitando assistência técnica à ONU. O porta-voz da ONU, Martin Nesirky, disse que Ban e Hamad discutiram "medidas práticas" sobre a assistência da ONU. "A forma que isso poderia assumir seria, sob os auspícios do Alto Comissariado de Direitos Humanos, que houvesse um treinamento dos observadores", afirmou. "Seria uma tarefa de pequena escala treinar observadores."

As autoridades catarianas não se manifestaram imediatamente sobre as declarações do xeique, publicadas pela agência estatal de notícias do país, a Kuna. O representante de um governo árabe disse à Reuters, sob anonimato, que os monitores não poderão ser retirados em decorrência do conteúdo do relatório inicial.

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