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Oriente Médio

Missão de Annan não pode ter prazos definidos, diz comunicado

1 abr 2012 - 13h33
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Um comunicado que será divulgado mais tarde neste domingo por um grupo formado principalmente por países árabes e governos do Ocidente, e que se reunirá em Istambul, dará apoio total à missão de paz na Síria do enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. Apesar disso, o texto afirma que a missão não pode ter prazos indefinidos, disse à Reuters um diplomata ocidental.

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O diplomata, que está envolvido na confecção do documento, disse que o grupo "Amigos da Síria", que reúne mais de 70 países, trabalhará medidas adicionais para proteger a população do país, enquanto o Conselho de Segurança da ONU deve desempenhar papel importante para o fim do conflito.

"A redação é construtivamente ambígua", disse o diplomata. Fontes da reunião disseram que os países do golfo Pérsico estão dispostos a enviar milhões de dólares para a oposição síria pagar recrutas que combatam as forças do presidente sírio Bashar al-Assad em apoio ao rebelde Exército da Síria Livre. O comunicado também vai reconhecer a legitimidade das medidas adotadas pelo povo sírio para se defender.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. De acordo com cálculos de grupos opositores e das Nações Unidas, pelo menos 9 mil pessoas já morreram desde o início da crise Síria.

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