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Oriente Médio

Ministro israelense elabora plano de Estado palestino interino

23 jan 2011 - 07h27
(atualizado às 07h41)
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O ministro de Assuntos Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, formulou uma iniciativa para o estabelecimento de um Estado palestino com fronteiras provisórias, sem a necessidade de evacuação das colônias judias, informa neste domingo o jornal "Haaretz".

Com base em fontes do Ministério de Assuntos Exteriores citadas pela publicação, Lieberman pretende assim "paralisar a situação existente nos territórios (palestinos), realizando mudanças menores".

A iniciativa pretende adiantar-se a um eventual reconhecimento internacional do Estado palestino pelas fronteiras de 1967 e reduzir a pressão sobre Israel transferindo o controle das áreas palestinas que de fato já controlavam sem evacuar as colônias judias do território ocupado.

"Depois que o Estado palestino for estabelecido com fronteiras provisórias, será possível retomar as negociações diplomáticas e talvez alcançar acordos sobre a transferência adicional de território", acrescentaram as fontes da Chancelaria israelense.

Lieberman já mostrou a iniciativa ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, embora ainda não tenha apresentado os mapas nos quais está projetado o Estado palestino com fronteiras provisórias.

O traçado também inclui uma rede de estradas e caminhos que conectaria as áreas sob controle palestino. Conforme as fontes diplomáticas israelenses, o mapa "fornece uma contiguidade territorial que permitirá que um Estado palestino com fronteiras provisórias seja viável".

Pelo projeto de Lieberman, que corresponde à segunda fase do Mapa de Caminho - o plano de paz da comunidade internacional aprovado por israelenses e palestinos em 2003 -, não inclui a evacuação de colônias judias nem a transferência de território adicional à Autoridade Nacional Palestina (ANP).

O Estado provisório compreende principalmente as zonas A e B da Cisjordânia, as já definidas pelos Acordos de Oslo. As primeiras estão sob controle pleno da ANP, enquanto as segundas só da população civil, embora não da segurança.

Estas áreas representam 42% do território ocupado da Cisjordânia, às quais a iniciativa de Lieberman poderia somar algo mais, até alcançar 45% e 50%.

A formulação do relatório está prevista para ser finalizada nas próximas semanas, após o qual Lieberman estuda enviá-lo ao Departamento de Estado e ao Congresso americano.

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, insistiu em repetidas ocasiões que não aceitará um Estado palestino com fronteiras provisórias.

Desde setembro, o processo de paz no Oriente Médio está estagnado, principalmente pela recusa israelense de frear a construção nos assentamentos judaicos.

Diante da detenção brusca na negociação os palestinos buscam há meses o reconhecimento internacional para um Estado com as fronteiras prévias à guerra de 1967.

EFE   
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