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Europa

Itália: ministra negra é alvo de novo protesto da extrema direita

Manequins cobertos de sangue falso foram usados para contestar a campanha da ministra para facilitar a cidadania italiana para imigrantes

4 set 2013 - 15h04
(atualizado às 15h15)
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Cecile Kyenge é primeira ministra negra da história da Itália
Cecile Kyenge é primeira ministra negra da história da Itália
Foto: AFP

O partido italiano de extrema direita Forza Nuova deixou nesta quarta-feira três manequins cobertos de falso sangue na porta da frente de um órgão público da cidade de Roma, no mais recente ataque à ministra Cécile Kyenge, a primeira negra a ocupar o cargo de ministro na Itália.

Kyenge, ministra da Integração, nasceu na República Democrática do Congo e tem sido alvo de repetidos ataques racistas desde que assumiu o posto, em abril.

O Forza Nuova postou fotos dos manequins em sua página de Facebook, com comentários de um porta-voz dizendo que o protesto teve como objetivo interromper a campanha da ministra para tornar mais fácil aos imigrantes adquirirem a cidadania italiana. "A imigração é o genocídio dos povos. Renuncie Kyenge!", diziam panfletos com o símbolo Forza Nuova, espalhados ao lado dos manequins.

Um imigrante deve viver legalmente na Itália por pelo menos 10 anos para poder solicitar a cidadania, e os filhos de imigrantes nascidos na Itália não adquirem automaticamente a nacionalidade, mas Kyenge está em campanha para mudar essa situação.

"As palavras dela transbordam de racismo contra a cultura europeia", disse Pablo De Luca, do Forza Nuova. Para ele, a atividade política da ministra visa à "destruição da identidade nacional".

Essa foi pelo menos a segunda vez que o Forza Nuova usou os manequins cobertos de sangue falso para protestar.

De Luca citou notícias recentes como prova de que "a imigração mata", daí a simulação de cadáveres.

Em maio, um imigrante de Gana que supostamente sofria de problemas mentais matou três pessoas e feriu outras duas em um ataque com uma picareta, em Milão. O Forza Nuova não fez referência direta a esse ataque.

As autoridades intensificaram a segurança na sede local do Partido Democrático (PD), onde Kyenge, 49, iria falar mais tarde nesta quarta-feira. Colegas de Kyenge no PD condenaram a ação do Forza Nuova.

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