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Oriente Médio

Militantes palestinos entram em Israel em meio a 'trégua'

Mídia israelense diz que confronto resultou na morte de cinco militantes, mas o Hamas diz ter causado a morte de 10 soldados de Israel

28 jul 2014 - 16h06
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<p>Soldado israelense dirige&nbsp;ve&iacute;culo blindado depois de atravessar de volta para Israel a partir de Gaza, nesta segunda-feira</p>
Soldado israelense dirige veículo blindado depois de atravessar de volta para Israel a partir de Gaza, nesta segunda-feira
Foto: Baz Ratner / Reuters

Combatentes palestinos vindos da Faixa de Gaza se infiltraram em um vilarejo israelense e travaram uma batalha com soldados nesta segunda-feira enquanto desmoronava uma trégua durante o feriado muçulmano do Eid al-Fitr.

Segundo a televisão israelense, o confronto resultou na morte de cinco militantes, mas o movimento islâmico Hamas diz ter causado a morte de 10 soldados de Israel. O conflito parece ter arruinado as esperanças internacionais de tornar uma breve trégua em um cessar-fogo duradouro.

Depois da infiltração em Nahal Oz, numa vila formada por um kibutz, a leste da Cidade de Gaza, o Exército israelense emitiu um alerta para que milhares de palestinos abandonem suas casas no entorno da Cidade de Gaza. Esse tipo de aviso normalmente precede ataques retaliatórios.

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Ao cair da noite em Gaza, fachos de luz do Exército iluminaram o céu, e o som de intenso bombardeio podia ser ouvido.

O incidente não foi a única brecha na frágil trégua. Oito crianças palestinas e dois adultos foram mortos em uma explosão num jardim ao norte da Faixa de Gaza. Moradores culparam os bombardeios de Israel pela explosão no parque, na qual também ficaram feridos 40 pessoas, mas o governo israelense disse que se tratou de um foguete lançado pelo Hamas que errou o alvo e atingiu o jardim num campo de refugiados.

A mídia de Israel informou que quatro israelenses foram mortos por disparos de projéteis de morteiro de Gaza, em outro incidente. Os militares não fizeram comentários de imediato.

As forças israelenses disseram que só estavam disparando para revidar os projéteis vindos de Gaza enquanto engenheiros vasculham a fronteira leste território em busca de túneis por onde se infiltram militantes. Eles acusaram os palestinos de lançar pelo menos 17 foguetes através da fronteira.

Trégua arruinada

Os militantes islamitas do Hamas, a força dominante em Gaza, pediram uma pausa nas hostilidades nesta segunda-feira, no 21º dia do conflito com Israel, para a celebração do Eid, que marca o fim do mês do jejum do Ramadã.

Inicialmente Israel recusou, tendo abandonado a sua própria oferta de estender uma trégua de 12 horas iniciada no sábado, já que os militantes palestinos continuavam lançando foguetes. No entanto, a calma imperou gradualmente durante a noite, com apenas troca ocasional de fogo, até que uma série de explosões sacudiu Gaza no período da tarde.

Poças de sangue se espalhavam no jardim do campo de refugiados Praia, depois de uma das explosões.

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"Nós saíamos da mesquita quando vimos as crianças brincando com seus brinquedos. Segundos depois, o foguete caiu", disse Munther Al-Derbi, morador do campo.

"Que Deus puna... Netanyahu", disse ele, referindo-se ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Israel e os militantes palestinos em Gaza estão há três semanas envolvidos em confrontos nos quais 1.054 pessoas morreram em Gaza, na maioria civis, atingidos por bombardeios israelenses. Morreram também 43 soldados e três civis israelenses atingidos por foguetes e projéteis de morteiro disparados pelo Hamas.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, visitou a região na semana passada para tentar conter o derramamento de sangue, tendo o contato com o Hamas - o qual Hamas oficialmente não reconhece - facilitado por Egito, Turquia, Catar e pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelo Ocidente.

Israel quer que o Egito, que também tem fronteira com a Faixa de Gaza e vê o Hamas como uma ameaça à sua segurança, assuma a liderança para conter os militantes islâmicos palestinos, preocupado com que o Catar e a Turquia cedam às pressões do Hamas para abrir as fronteiras do território bloqueado.

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