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Oriente Médio

Milícia houthi toma base presidencial em Áden, sul do Iêmen

25 mar 2015 - 10h32
(atualizado às 10h32)
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As forças da milícia xiita houthi, apoiadas por unidades aliadas do Exército do Iêmen, se apoderaram de uma base aérea estratégica nesta quarta-feira e pareciam prestes a tomar o controle do porto de Áden, no sul do país, que está em mãos de forças leais ao presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, disseram moradores locais.

Depois de tomarem a base aérea de al-Anad, os houthis e seus aliados militares, apoiados por blindados pesados, avançaram cerca de 40 quilômetros em direção a Áden, onde Hadi se refugiou desde que fugiu em fevereiro da capital do país, Sanaa, quando a milícia assumiu o controle da cidade.

Aviões não identificados dispararam mísseis num bairro de Áden onde fica o complexo de edifícios em que Hadi está alojado, segundo moradores. Baterias antiaéreas abriram fogo contra os aviões.

O mergulho do Iêmen em uma guerra civil faz com que o país seja uma frente crucial na rivalidade da Arábia Saudita, de maioria sunita, com o Irã, xiita. O governo saudita acusa o Irã de inflamar a luta sectária com seu apoio aos houthis.

Monarquias árabes sunitas em torno Iêmen condenaram o avanço dos houthis, que definiram como um golpe, e têm discutido nos últimos dias uma possível intervenção militar em favor de Hadi.

Autoridades norte-americanas dizem que a Arábia Saudita está transferindo equipamento militar pesado, incluindo artilharia, para áreas próximas à fronteira com o Iêmen, aumentando o risco de que a principal potência petrolífera do Oriente Médio seja arrastada para o conflito iemenita, que se agrava.

Enquanto a batalha está sendo travada publicamente pelo movimento houthi, muitos em Áden acreditam que o verdadeiro mandante da campanha é o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, um crítico feroz de Hadi.

Saleh foi o autor de uma ação esmagadora contra Áden em 1994, quando era presidente e sufocou uma revolta separatista do sul, em uma guerra curta, mas brutal.

Ao contrário de outros líderes regionais depostos na Primavera Árabe, Saleh foi autorizado a permanecer no país.

Militares ligados a Saleh alertaram nesta quarta-feira contra a interferência estrangeira no país, dizendo em sua página na Internet que o Iêmen vai confrontar tal ação "com toda a sua força".

Diplomatas dizem suspeitar que os houthis querem tomar Áden antes de uma cúpula árabe neste fim de semana, para se anteciparem a uma já prevista tentativa da Arábia Saudita, aliada de Hadi, de conseguir apoio árabe no encontro para a intervenção militar no Iêmen.

As autoridades iemenitas negaram as informações de que Hadi havia fugido de Áden.

(Reportagem de Mohammed Mukhashaf, Sami Aboudi, Mohammed Ghobari e Noah Browning)

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