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Oriente Médio

Milhares protestam na França e Espanha contra ataque de Israel

31 mai 2010 - 17h53
(atualizado às 19h13)
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Milhares de pessoas protestaram nesta segunda-feira em diferentes cidades da França e Espanha contra o ataque do exército israelense a uma frota de navios que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza - no qual pelo menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

Israel ataca comboio de ajuda humanitária e 19 morrem:

Em Paris, onde cerca de 1,2 mil manifestantes protestaram em frente à embaixada de Israel, na avenida Champs-Elysées, com bandeiras palestinas e gritando por um Estado palestino e contra o sionismo, foram registrados alguns incidentes e os jovens foram dispersados pela Polícia com gás lacrimogêneo.

As manifestações foram convocadas por vários grupos pró-palestinos e contaram com a participação de representantes do Partido Comunista e do Partido Verde, entre outros movimentos políticos. Mais de mil pessoas também saíram em protesto em outras cidades francesas como Estrasburgo (leste), Lille (noroeste), Marselha (sudeste), Lyon (leste) e Toulouse (sul).

Pelo menos nove pessoas morreram nesta madrugada e "dezenas" ficaram feridas, segundo fontes oficiais, no ataque à frota de navios que levava cidadãos de diferentes nacionalidades. Entre as vítimas estavam deputados europeus e a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Mairead Corrigan Maguire, que levariam uma carga de 10 mil toneladas de ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza, disseram os organizadores da operação, dirigida pela ONG turca IHH.

Em Madri, centenas de pessoas se reuniram em frente ao Ministério de Assuntos Exteriores espanhol. O protesto contou com a participação do coordenador geral da coalizão Esquerda Unida, Cayo Lara, que pediu ao governo espanhol, como presidente de turno da União Europeia (UE), que "congele" os acordos de associação e, especialmente, os relacionados a armamento com Israel.

Manuel Espinar, presidente da Associação Cultura, Paz e Solidariedade e pai do espanhol Manuel Tapial, que viajava no navio atacado, afirmou que "está sendo preparada uma guerra estratégica na região" e que "quem manda em Israel é o exército". Ele destacou que o navio em que seu filho viajava estava em águas internacionais e afirmou que "é mentira" as alegações de que as embarcações transportavam armas.

Os cerca de 600 manifestantes, segundo fontes policiais, levavam cartazes pedindo a libertação dos detidos em Israel e pediam solidariedade com o povo palestino. Já em Valência, cidadãos e familiares dos espanhóis afetados pelo ataque se reuniram na praça da Prefeitura para expressar sua rejeição à ação militar. A concentração foi convocada pela Rede de Solidariedade com a Palestina.

Cristina Soler, mãe de um jovem valenciano que estava em uma das embarcações, o jornalista David Segarra, foi ao protesto e disse que a frota atacada transportava "cadeiras de rodas, remédios, material de construção", e que "a arma" que seu filho levava era "uma câmera de vídeo".

Ela também criticou o fato de Israel ter burlado "as leis internacionais com uma impunidade desconhecida". Centenas de pessoas se manifestaram também em Sevilha, no sul da Espanha, em apoio ao povo palestino.

EFE   
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