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Oriente Médio

Milhares participam da Marcha dos Vivos em Auschwitz-Birkenau

16 abr 2015 - 16h48
(atualizado às 16h48)
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Milhares de jovens judeus de Israel e de outros países, acompanhados de jovens poloneses, participaram nesta quinta-feira à tarde da Marcha anual dos Vivos em homenagem às vítimas do Holocausto no campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau, que guarda os vestígios do campo no sul da Polônia onde um milhão de judeus foram mortos pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, é considerado o símbolo do Holocausto.

"Não acreditem nas palavras mágicas 'Nunca mais': já voltou a acontecer. Pensem na Bósnia, no Sudão, em Ruanda. De diferentes maneiras, com diferentes povos, mas aconteceu", declarou Sigmund Rolat, sobrevivente do Holocausto, em uma mensagem aos participantes desta 24ª marcha.

"A Shoah continua a ser única no sentido de que não houve precedentes. Todos os genocídios são trágicos, e guardar a lembrança é a primeira etapa para evitar que eles se reproduzam", acrescentou.

O papa Francisco também enviou uma mensagem aos participantes da marcha.

"Sou muito próximo dessas iniciativas que se pronunciam não apenas contra a morte, mas também contra milhares de fobias discriminatórias que escravizam e que matam", escreveu o pontífice.

Como nos outros anos, os participantes caminharam ao som do schofar, instrumento de sopro utilizado pelos judeus em seus rituais, passando pela entrada do campo, com a inscrição tristemente famosa "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta).

Em seguida, eles percorreram a pé a estrada entre Auschwitz, a parte mais antiga do campo, e Birkenau, principal local de extermínio dos judeus, para uma cerimônia de recordação em frente a um memorial internacional.

"Eu cresci lendo sobre este local, aprendendo sobre este local, mas nada te prepara para realidade. É o centro absoluto do mal", declarou à AFP Daniel Eu Salomon, de 36 anos, vindo de Londres.

Segundo Ivan Gabor, de 82 anos, sobrevivente do Holocausto, originário da Hungria, os jovens reunidos nesta quinta-feira em Auschwitz "não compreendem ainda o que é este local, mas vão compreender com o tempo. Eles vão voltar para casa, terão um tempo de reflexão e então vão compreender muito melhor este local".

Entre 1940 e o início de 1945, a Alemanha nazista exterminou em Auschwitz-Birkenau cerca de 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus de diferentes países europeus.

Este campo, onde cerca de 80.000 poloneses não-judeus, 25.000 ciganos e 20.000 soldados soviéticos também foram mortos, foi libertado pelo Exército Vermelho em janeiro de 1945.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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