PUBLICIDADE

Oriente Médio

Merkel e Hollande se mostram unidos antes de celebrar amizade franco-alemã

21 jan 2013 - 23h22
(atualizado às 23h23)
Compartilhar

O presidente francês, François Hollande, e a chefe de governo alemã, Angela Merkel, minimizaram suas divergências sobre o Mali e as questões econômicas nesta segunda-feira, um dia antes da celebração em Berlim dos 50 anos de amizade franco-alemã.

À noite, os dois dirigentes se reuniram em um jantar de trabalho para discutir a crise malinense, repassar os próximos encontros europeus, a espinhosa questão do orçamento europeu de 2014 a 2020 e a situação na zona do euro.

Descontraídos, os dois dirigentes ressaltaram aquilo que os une diante de 200 jovens franceses e alemães, reunidos durante um debate de uma hora e meia transmitido pela rede de televisão Arte.

Os dois dirigentes se concentraram em louvar as virtudes da amizade franco-alemã, cujos fundamentos foram estabelecidos há 50 anos com a assinatura do Tratado do Elíseo, quando eles tinham apenas oito anos, destacaram.

A chanceler não descarta a possibilidade de fornecer mais ajuda à França em sua operação militar no Mali contra os islamitas armados, prometendo avaliar em cada etapa as possibilidades de seu país e "não deixar cair" seu parceiro.

Neste momento, a participação alemã no Mali é discreta e Berlim se limitou a enviar dois aviões, instrutores para formar as tropas africanas e ajuda humanitária.

"A Alemanha não tem uma grande experiência na África", ao contrário da França, disse Merkel que relembrou que seu país ainda mantém soldados no Afeganistão, enquanto a França já retirou seus combatentes.

Já Hollande saudou o "apoio imediato" da Alemanha e da Europa à operação francesa no Mali, apesar de lamentar que a Europa tenha progredido "muito lentamente" na área de defesa.

Hollande reconheceu que seu país tem "um problema de competitividade", no momento muitos acionaram o alerta na Alemanha, maior potência econômica europeia, frente ao recuo econômico de seu vizinho.

"A Alemanha fez esforços", enquanto a França "perdeu tempo", reconheceu o presidente francês.

Merkel admitiu que não existe um único modelo de desenvolvimento econômico, ainda que a potência exportadora do "Made in Germany" (Produzida na Alemanha) é citada com frequência como exemplo.

Os dois dirigentes defenderam um programa "Erasmus" para os jovens no âmbito da formação profissional seguindo o modelo dos intercâmbios europeus entre universidades.

O programa Erasmus tem que ser uma "possibilidade para todos os jovens e não só para aqueles que estão nas carreiras de excelência", declarou Hollande. "Na Europa, faz falta que os trabalhadores e que todo o mundo possa aprender um idioma estrangeiro", considerou a chanceler, que insiste na importância da mobilidade dos trabalhadores na Europa para lutar contra o desemprego.

Nesta terça-feira, os dois países celebrarão sua amizade com a reunião dos dois governos em um conselho de ministros na chancelaria, a continuação de uma reunião dos deputados do Bundestag e da Assembleia Nacional no Reichstag, o senado francês e o Bundesrat farão o mesmo.

A jornada terminará com um concerto da Filarmônica de Berlim com um espetáculo alemão do compositor Ludwig van Beethoven e uma do francês Camille Saint-Saëns.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade