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Oriente Médio

Marcha por libertação de soldado Shalit encerra em Jerusalém

8 jul 2010 - 13h07
(atualizado às 16h27)
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Cerca de 15 mil pessoas chegaram nesta quinta-feira a Jerusalém em uma marcha iniciada há 12 dias pelos pais de Gilad Shalit, o soldado israelense capturado por milícias palestinas quatro anos atrás.

Milhares de pessoas chegam a Jerusalém em marcha pela libertação do soldado israelense Gilad Schalit
Milhares de pessoas chegam a Jerusalém em marcha pela libertação do soldado israelense Gilad Schalit
Foto: AP

O parque da Independência, no centro da cidade, foi o cenário escolhido para a penúltima parada da caminhada, onde foi realizado um ato no qual discursou a mãe do militar, Aviva Shalit, que arrancou emocionados aplausos do público.

"O retorno de Gilad só reforçará a confiança de nossos lutadores. Não renunciaremos a Gilad e não permitiremos que vocês renunciem a ele", disse Aviva, se dirigindo ao governo israelense.

A mãe do soldado lembrou que o conflito entre israelenses e palestinos é um longo processo e que "não começou com Shalit nem acabará com ele".

Sobre um palco com um cenário de fundo azul e branco - as cores da bandeira de Israel -, a mãe do soldado lembrou que o ministro da Defesa Ehud Barak "diz que se pode suportar o risco" de uma troca de presos com o Hamas.

A última parada da noite desta quinta-feira é a frente do escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, onde foi montada uma tenda de campanha no qual familiares e amigos fazem guarda permanente, lembrando os dias e noites de prisão do soldado, que atualmente tem 23 anos.

Os pais do militar pretendem permanecer no local até que seu filho seja libertado e, para isso, não retrocederão em suas exigências para que o governo aceite uma troca de presos com o movimento radical islâmico Hamas.

"Bibi, (como Netanyahu é popularmente conhecido) você pode, é sua obrigação" ou "Gilad ainda vive" eram algumas mensagens dos cartazes levados pelos manifestantes, muitos dos quais usavam pulseiras douradas ou amarelas como mostra de apoio à causa.

Iniciada em 27 de junho, no povoado de Mitzpe Hila, na Galileia, norte de Israel, onde vive a família, os organizadores calculam que cerca de 200 mil pessoas se uniram ao longo dos dias à marcha, que percorreu 200 km.

A manifestação chegou a Jerusalém nesta tarde pela estrada principal que une a cidade a Tel Aviv, onde também recebeu grande apoio.

"O importante é apoiar a família que atravessa uma situação muito difícil. De fato, é uma família com a qual é muito fácil conectar", disse à agência EFE Ilan Hazan, que participou da manifestação.

Para o israelense, pai de três filhos, "o que pedimos do primeiro-ministro é coragem, algo que não tem mostrado estes dias".

Netanyahu, no entanto, está nos Estados Unidos, onde se reuniu com o ex-presidente americano Bill Clinton, a quem pediu ajuda para conseguir a libertação do soldado.

Shalit foi sequestrado no dia 25 de junho de 2006, em um ataque de três milícias palestinas a uma base militar israelense situada nas imediações da fronteira com Gaza e, desde então, seu paradeiro é desconhecido.

Seus sequestradores só permitiram que ele enviasse uma carta, um vídeo e uma gravação de voz a sua família.

O Hamas exige a libertação de mil presos e rejeitou há seis meses a última exigência de Israel de que, do total, 450 palestinos libertados - entre eles os autores intelectuais e materiais de atentados suicidas contra alvos civis israelenses - sejam expulsos para Gaza, e não para a Cisjordânia, onde moravam antes.

Segundo o dirigente islamita Mahmoud al-Zahar, a expulsão se aplicaria aos presos que militam no Hamas, o que, para ele, é inaceitável.

Netanyahu alega que seu governo não deve ser alvo de pressões, já que, apenas com uma "posição rígida" nas negociações, Israel conseguirá que os islamitas reduzam suas exigências para um acordo.

EFE   
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