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Oriente Médio

Manifestantes turcos se recusam a deixar parque de Istambul

15 jun 2013 - 10h10
(atualizado às 10h11)
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Manifestantes turcos disseram neste sábado que não deixarão um parque de Istambul, apesar do pedido do presidente para que eles se retirem de local e a promessa do primeiro-ministro, Tayyip Erdogan, de realizar uma votação sobre os planos de revitalização da região.

Centenas de manifestantes, acampados por mais de duas semanas em barracas no Parque Gezi, localizado ao lado da Praça Taksim, afirmaram que manterão suas campanhas depois de o governo não ter cumprido a exigência de soltar os manifestantes detidos.

A resposta violenta da polícia a manifestantes pacíficos no parque, há duas semanas, provocou uma onda de protestos sem precedentes contra Erdogan e o Partido AK, legenda de centristas e religiosos conservadores. As manifestações reuniram nacionalistas, profissionais, sindicalistas e estudantes.

Os conflitos, que tiveram ações da polícia com gás lacrimogêneo e canhões de água contra os manifestantes, que atiravam pedras, ocorreram durante várias noites em Istambul e Ancara, deixando um saldo de quatro mortos e 5 mil feridos, de acordo com a Associação Médica Turca.

"O governo ignorou as claras e legítimas exigências desde o começo da resistência. Eles tentaram dividir, provocar e danificar nossa legitimidade", informou em comunicado a Solidariedade Taksim, um grupo que representa os manifestantes.

O grupo, cujos representantes se encontraram com Erdogan em sua residência oficial em Ancara na noite de quinta-feira, informou que não teve sinais sérios de progresso nas punições aos responsáveis pela repressão policial, nem na investigação das quatro mortes, uma delas de um próprio policial, durante os conflitos.

"Continuamos guardando o parque", afirmou Mucella Yapici, uma porta-voz do grupo, quando perguntada se os manifestantes consideravam se retirar do local.

Erdogan disse aos manifestantes na reunião de quinta-feira que iria adiar os planos de construir uma réplica de quartéis otomanos no parque até que um tribunal julgue o processo, numa postura mais moderada do que a de duas semanas atrás, quando criticou os manifestantes e afirmou que o projeto seguiria adiante de qualquer forma.

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