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Oriente Médio

Manifestantes se inspiram no Egito em protestos no Barein

15 fev 2011 - 16h13
(atualizado às 16h59)
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A Praça da Pérola em Manama foi rebatizada nesta terça-feira por milhares de manifestantes como "Praça Tahrir", o mesmo nome da praça que foi epicentro do levante egípcio.

Manifestantes agitam bandeiras durante protestos em uma praça de Manama
Manifestantes agitam bandeiras durante protestos em uma praça de Manama
Foto: AP

Milhares de bareinitas se reuniram no final da tarde nesta praça do centro de Manama, respondendo a convocações feitas através do Facebook, para reivindicar uma mudança de regime e reformas constitucionais.

Inspirando-se no exemplo da Praça Tahrir no Cairo, ocupada 24 horas por dia até a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, jovens manifestantes começaram no início da noite a montar barracas.

Os militantes foram surgindo depois do enterro de um dos dois xiitas mortos em Bahrein na última segunda-feira durante a repressão aos protestos antigovernamentais que estouraram neste pequeno reino de maioria xiita, governado por uma dinastia sunita.

"Aprendemos lições com o Egito e com a Tunísia. Queremos uma nova Constituição, o fim da discriminação e a instauração de uma monarquia constitucional", disse um manifestante, Majed Taher, 32 anos.

"Chega de injustiça e discriminação", gritou este jovem empresário. Réplicas da bandeira nacional vermelha e branca estavam em todos os lugares da praça, sendo agitadas por manifestantes - homens, mulheres e crianças - algo jamais visto nesta monarquia do Golfo.

Bahrein representa o papel de "primo pobre" de outras monarquias petroleiras da região, com suas reservas praticamente esgotadas.

"Reivindicamos uma Assembleia Constituinte que promulgue uma nova Carta, para eleger o chefe de governo", afirmou Ibrahim Sherif, secretário-geral da Associação de Ação Nacional Democrática, um grupo de esquerda. "Queremos uma monarquia constitucional no modelo britânico, por exemplo", afirmou.

Mas, alguns jovens militantes querem ir mais longe. "O povo quer a queda do regime", repetiam pequenos grupos na praça, copiando o principal slogan do levante egípcio.

Três deles escalaram um monumento no centro da praça em forma de pérola, que faz referencia à antiga atividade de extração de pérola do país, e içaram uma faixa proclamando "o regime caiu".

"Os protestos no Egito e na Tunísia nos inspiraram e nos reanimaram", afirmou Mohammad Marhoun, funcionário público de 37 anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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