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Oriente Médio

Líder opositor iraniano pede o fim das ditaduras

29 jan 2011 - 18h47
(atualizado às 19h18)
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O líder opositor iraniano Mir Hossein Mousavi expressou neste sábado seu apoio aos protestos contra a ditadura de Hosni Mubarak no Egito e comparou as revoltas no norte da África com sua derrota frente o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em junho de 2009. Em declarações divulgadas pelos sites opositores, Mousavi - que foi primeiro-ministro e candidato derrotado na polêmica eleição presidencial de 2009 - mostrou sua esperança que "caiam todos os regimes opressores".

Manifestante egípcio usa casaco para se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia durante confrontos no Cairo
Manifestante egípcio usa casaco para se livrar de gás lacrimogêneo disparado pela polícia durante confrontos no Cairo
Foto: AP

"Nossa nação respeita, cumprimenta e abraça a revolução da valente nação tunisiana e o direito à revoltas dos povos do Egito e Iêmen. Pedimos à Deus que lhes outorgue a vitória", afirmou. Ao fim do discurso, Mousavi comparou os gritos do povo iraniano em junho de 2009 perguntando: "Onde está meu voto?", com os dos egípcios que pedem o final do regime.

Os protestos realizados depois da eleição, que se prolongaram durante meses no Irã, foram reprimidos com violência pelas Forças de Segurança do regime. Em tais ocasiões, pelo menos 30 pessoas morreram segundo números oficiais, e mais de 70, de acordo com a oposição. Milhares de iranianos foram detidos sob a acusação de conspirar com potências estrangeiras para derrubar o regime. Mais de uma centena, entre eles responsáveis do antigo Governo e da oposição, jornalistas, advogados e ativistas, foram condenados a diferentes penas de prisão, e inclusive à forca.

Irã e Egito romperam suas relações diplomáticas em 1980, após o triunfo da Revolução Islâmica que derrubou a monarquia do último Xá de Pérsia, Mohamad Reza Pahlevi, que está enterrado no Cairo.

Egípcios desafiam governo Mubarak

A onda de protestos dos egípcios contra o governo do presidente Hosni Mubarak, iniciados no dia 25 de janeiro, tomou nova dimensão na última sexta-feira. O governo havia tentado impedir a mobilização popular cortando o sinal da internet no país, mas a medida não surtiu efeito. No início do dia, dois mil egípcios participaram de uma oração com o líder oposicionista Mohama ElBaradei, que acabou sendo temporariamente detido e impedido de se manifestar.

Os protestos tomaram corpo, com dezenas de milhares de manifestantes saindo às ruas das principais cidades do país - Cairo, Alexandria e Suez. Mubarak enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher, o qual acabou virtualmente ignorado pela população. Os confrontos com a polícia aumentaram, e a sede do governista Partido Nacional Democrático foi incendiada.

Já na madrugada de sábado (horário local), Mubarak fez um pronunciamento à nação no qual ele disse que não renunciaria, mas que um novo governo seria formado em busca de "reformas democráticas". Defendeu a repressão da polícia aos manifestantes e disse que existe uma linha muito tênue entre a liberdade e o caos. A declaração do líder egípcio foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia. O governo encabeçado por Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado.



EFE   
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