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Oriente Médio

Líder de grupo extremista judeu diz que "é preciso queimar igrejas"

6 ago 2015 - 11h29
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Benzi Gopstein, líder do grupo extremista judeu Lehava, contrário às relações entre judeus com não-judeus, à homossexualidade e a outras religiões, disse em um encontro com estudantes rabínicos que os centros de culto cristãos devem ser queimados.

"As igrejas deveriam ser queimadas", afirmou o líder em uma yeshivá (escola religiosa judaica) durante um debate sobre a eliminação da adoração aos ídolos acompanhado por centenas de jovens, publicou o jornal "Yedioth Ahronoth" nesta quinta-feira.

O rabino Moshé Klein, presente na discussão, questionou a postura de Gopstein e alegou que, nestes tempos, a resposta a esta abordagem deveria ser negativa, o que também foi defendido por outro dos participantes, o jornalista Beny Ravinovich, que se mostrou supreso com as palavras do líder do Lehava.

Após as réplicas, Gopstein disse estar "disposto a ficar na prisão por 50 anos" por suas declarações, e garantiu que elas não buscavam incitar, mas eram meras entrevistas do rabino e teólogo judeu espanhol Rambam Maimônides.

O Centro de Ação Religiosa de Israel, braço legal do grupo social e religioso judeu Movimento Reforma, mostrou sua preocupação com as declarações de Gopstein, para quem no passado solicitaram a um promotor do Estado monitorá-lo por comentários polêmicos anteriores.

"Se estes comentários não levam a uma rápida decisão de acusá-lo, podemos dizer publicamente que a lei israelense permite a incitação ao racismo e à violência", sustentou o diretor do Movimento, o rabino Gilad Kariv, em declarações hoje no jornal "Ha'aretz".

"O que mais tem que acontecer para que o Estado de Israel lute seriamente contra aqueles que decidiram alimentar o fogo do ódio e do fanatismo?", questionou.

As polêmicas palavras foram divulgadas em um momento em que sociedade e autoridades israelenses estão comovidas pelos violentos ataques de extremistas judeus na semana passada contra a Parada do Orgulho Gay e contra uma casa palestina, que mataram um bebê palestino e uma adolescente israelense.

Por causa destes fatos, o governo israelense aprovou no domingo passado medidas excepcionais contra esses radicais.

EFE   
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