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Oriente Médio

Khamenei diz que não permitirá contato de inspetores da ONU com cientistas nucleares do Irã

20 mai 2015 - 09h32
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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que o governo iraniano não aceitará "exigências exageradas" de potências mundiais durante as negociações sobre o programa nuclear iraniano, e rejeitou deixar os inspetores entrevistarem os cientistas nucleares do país.

Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em foto de arquivo. 08/01/2007
Líder supremo do Irã, Ali Khamenei, em foto de arquivo. 08/01/2007
Foto: Stringer / Reuters

Os comentários, transmitidos ao vivo pela TV estatal, foram os mais recentes de uma série de declarações do aiatolá sobre as inspeções, agora que se aproxima o prazo de 30 de junho para resolver um impasse de décadas sobre o programa nuclear do Irã.

"Nós nunca vamos ceder a pressão... Nós não vamos aceitar exigências descabidas... O Irã não vai dar acesso a seus cientistas (nucleares)", disse Khamenei. "Nós não vamos permitir que a privacidade de nossos cientistas nucleares ou qualquer outra questão importante sejam violados."

Khamenei, que tem a palavra final em qualquer assunto no Irã, descartou no mês passado a possibilidade de quaisquer "medidas extraordinárias de supervisão" de suas atividades nucleares e disse que os militares do país não podem ser alvo das inspeções.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vem tentando investigar as alegações de países ocidentais de que o Irã tem trabalhado na elaboração de uma ogiva nuclear. O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico e que vem cooperando com a AIEA para esclarecer quaisquer suspeitas. Inspetores da ONU monitoram regularmente as instalações nucleares declaradas pelo Irã, mas a AIEA se queixa há anos de falta de acesso aos locais, equipamentos, documentos e pessoas relevantes para sua investigação.

Em 2 de abril, o Irã chegou a um acordo preliminar com as potências mundiais para permitir que os especialistas da ONU realizem mais inspeções, mas durante as negociações surgiram diferentes interpretações de ambos os lados sobre o acesso aos inspetores.

(Reportagem de Parisa Hafezi; Reportagem adicional de Adrian Croft em Bruxelas)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF

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