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Oriente Médio

Jovem cantor palestino consegue unir povos de Cisjordânia e Gaza

23 jun 2013 - 13h04
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Mohammed Asaf, um jovem de 23 anos com uma "voz de ouro", conseguiu unir os corações da Cisjordânia e de Faixa de Gaza com sua vitória no popular programa de televisão "Arab Idol".

Milhares de pessoas saíram às ruas dos territórios até altas horas da madrugada para festejar a primeira vitória de um palestino em uma disputa internacional e botar em um altar quem, a partir de agora, esperam que leve a causa palestina por todo o mundo "com sua voz de ouro", nas palavras de um diplomata citado pela agência "Maan".

"Este é um presente ao povo palestino, aos mártires que morreram na luta (contra Israel), aos presos e aos feridos", disse Asaf após sua vitória no concurso, com canções que levaram a causa palestina perante milhões de espectadores em todo o Oriente Médio.

Transmitido nos últimos meses pelo canal saudita "MBC", o programa apresentou este jovem da Faixa de Gaza que conquistou as massas e inclusive os principais líderes palestinos, entre eles o presidente Mahmoud Abbas, e o então primeiro-ministro Salam Fayyad, que o incentivaram com ligações telefônicas.

Abbas chegou a ordenar ao Ministério das Relações Exteriores que mobilizasse as comunidades palestinas pela região para que votassem no jovem durante os programas.

E o sonho de todo um povo tornou-se realidade na noite deste sábado, quando Asaf venceu uma cantora síria e um egípcio na grande final do "Arab Idol".

Fogos de artifício, bares abarrotados para compartilhar o momento e caravanas de carros nas ruas tocando a buzina com grandes fotografias de seu ídolo tingiram de uma alegria incomum as ruas da Cisjordânia e de Gaza.

"Estamos muito orgulhosos de Asaf, é a cara mais brilhante da Palestina", disse à agência Efe Om Shadi, uma mulher de 42 anos que vive na Faixa de Gaza.

Shadi, que, como tantos milhares de palestinos, acompanhou o concurso semana após semanas, assegurou que, com sua voz, Asaf "uniu os palestinos e se elevou sobre as cabeças de todo o mundo".

Uma unidade da qual só tomou distância o movimento islamita Hamas, que governa em Gaza e que por suas convicções religiosas não viu com bons olhos o efeito que sua participação no concurso teve na população da Faixa.

Uma morna felicitação através do Twitter por parte do deputado do Hamas, Yahia Moussa, que lhe qualificou de embaixador da cultura e da arte palestina, foi a única reação islamita à vitória.

Por sua parte, Abbas, cujo filho mais velho esteve ontem na final do concurso em Beirute, concedeu a Asaf o título de "embaixador palestino de boa vontade", à espera que a ONU confirme oficialmente uma nomeação igual.

EFE   
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