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Oriente Médio

Itália está "pronta para lutar" na Líbia se necessário, garante chanceler

13 fev 2015 - 20h47
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A Itália está pronta para se juntar a uma força liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para combater "uma ameaça terrorista ativa", após os recentes avanços de uma facção na Líbia que jurou lealdade a militantes do Estado Islâmico, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, nesta sexta-feira.

Chanceler italiano Gentiloni concede entrevista na Etiópia. 14/01/2015.
Chanceler italiano Gentiloni concede entrevista na Etiópia. 14/01/2015.
Foto: Tiksa Negeri / Reuters

Em entrevista à emissora de televisão SkyTG24, Gentiloni disse que a Itália apoiou os esforços do enviado especial da ONU, Bernardino Leon, para trazer as facções em conflito à mesa e tentar mediar um cessar-fogo.

Mas ele disse que se as negociações fracassarem, a Itália "está pronta para lutar, naturalmente, no contexto de uma missão internacional".

"Não podemos aceitar a ideia de que há uma ameaça terrorista ativa a apenas algumas horas de barco da Itália."

A situação na Líbia, já caótica, "está se deteriorando", Gentiloni disse, acrescentando que a Itália "não pode subestimar" a possibilidade de um ataque de militantes do Estado Islâmico.

Nos últimos dias, as autoridades italianas fizeram declarações genéricas sobre a disposição de liderar uma força da ONU na Líbia, mas os comentários de Gentiloni nesta sexta-feira marcam uma postura mais agressiva.

Gentiloni falou após relatos da imprensa nesta sexta-feira de que os militantes que juraram lealdade aos Estado Islâmico no Iraque e na Síria haviam tomado o controle de emissoras de rádio e televisão em Sirte, uma cidade costeira na metade do caminho entre Trípoli e Benghazi.

Até recentemente, a facção do Estado Islâmico parecia ter poder limitado e estar confinada principalmente em Derna, disse ele.

A disputa pelo poder na Líbia, que tem sido o foco das negociações da ONU, é entre um governo reconhecido internacionalmente e uma administração rival criada em Trípoli depois que um grupo armado tomou a capital no ano passado.

Ambos os lados têm apoio de brigadas que ajudaram a derrubar o líder autocrata Muammar Gaddafi em 2011, mas, desde então, têm se enfrentado num conflito complexo que envolve tribos, antigas tropas de Gaddafi, militantes islâmicos e forças federalistas.

Traficantes de pessoas no país aproveitaram o caos para enviar dezenas de milhares de refugiados e imigrantes em pequenos barcos superlotados para a Itália.

Mais de 300 imigrantes morreram tentando chegar à Itália a partir da Líbia em águas agitadas nesta semana. A agência de refugiados da ONU diz que pelo menos 218 mil imigrantes atravessaram o mar Mediterrâneo de barco no ano passado e 3.500 vidas foram perdidas.

(Reportagem de Steve Scherer)

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