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Oriente Médio

Israelenses e palestinos seguem divididos apesar da negociação de paz

31 jul 2013 - 14h49
(atualizado às 15h09)
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Israelenses e palestinos continuam distantes sobre os termos de qualquer acordo de paz, autoridades de ambos os lados deixaram claro nesta quarta-feira, um dia após as negociações serem retomadas em Washington pela primeira vez em quase três anos.

A principal negociadora de Israel, Tzipi Livni, disse que as partes "precisam desenvolver confiança" depois do que chamou de um início encorajador em Washington, e questionou uma exigência palestina para se concentrar primeiro em acordar as fronteiras de um Estado independente.

"O objetivo é terminar o conflito", disse Livni à Rádio Israel. "Não pode ser concluído meramente estabelecendo uma fronteira".

Yasser Abed Rabbo, que é próximo do presidente palestino Mahmoud Abbas, prevê "enormes dificuldades" para as negociações começarem depois da intensa diplomacia do secretário de Estado dos EUA, John Kerry.

Abed Rabbo, falando à rádio Voz da Palestina, citou a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, e disse que qualquer construção ali iria afundar as negociações.

Ele se referia aos relatos da mídia israelense de que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, havia seduzido os aliados de extrema-direita para apoiarem as negociações prometendo permitir a expansão dos assentamentos.

Kerry disse que os negociadores voltarão a seu reunir em agosto a fim de alcançar um acordo de "status final" dentro de nove meses.

As negociações de paz anteriores fracassaram em 2010 devido à construção de assentamentos na Cisjordânia, que os palestinos veem como ocupação de terras que eles querem para um Estado que incluiria a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, todos territórios capturados por Israel em 1967.

Israel anexou Jerusalém Oriental em um movimento nunca reconhecido internacionalmente. Os palestinos querem a área como sua capital.

Abed Rabbo disse que as fronteiras, que segundo os palestinos devem se basear nas linhas pré-guerra de 1967, eram "a primeira questão a ser resolvida", contrariando a exigência de Israel de que todas as questões, inclusive os refugiados e Jerusalém, deveriam ser abordadas simultaneamente.

"Colocar todas as cartas na mesa de uma vez pode ser uma tentativa de minar o processo", disse Abed Rabbo.

O ministro das Finanças de Israel, Yair Lapid, estipulou como o objetivo máximo das negociações a criação de um Estado palestino "na maioria" da Cisjordânia, mas disse que Israel manteria três grandes assentamentos ali, assim como Jerusalém oriental.

Os palestinos podem acabar aceitando isso "porque não têm escolha", disse o ministro, de centro. "O que buscamos é um divórcio justo dos palestinos, para que possamos ficar em um lado da fronteira e eles, no outro".

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, em Gaza)

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