Israelenses e palestinos conversam sobre questões econômicas
Autoridades palestinas e israelenses conversaram nesta quarta-feira sobre questões econômicas, enquanto as negociações de paz permaneciam num impasse. Foi a reunião de mais alto escalão desde que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assumiu o poder em Israel.
O encontro foi um sinal emitido por ambos os lados de que o diálogo é possível, apesar das diferenças que Washington tenta contornar.
"Esta reunião não teve relação com negociações políticas," afirmou à Reuters o ministro da Economia palestino, Bassem Khoury, após conversar com o vice-primeiro-ministro israelense, Silvan Shalom.
Israel tem aliviado as restrições de viagens para palestinos na Cisjordânia ocupada numa tentativa declarada de apoiar o presidente Mahmoud Abbas e a economia local, enquanto mantém o bloqueio à Faixa de Gaza, enclave governado por islamistas do Hamas.
Khoury afirmou que ele e Shalom conversaram sobre as importações da Cisjordânia e as autorizações de viagem, assim como políticas para a transferência de bens e dinheiro para Gaza e o controle israelense das frequências desejadas pelos palestinos para a rede de telefone móvel Wataniya.
Ele descreveu as conversações como "positivas" e afirmou que ele e Shalom concordaram em se reunir de novo daqui a seis semanas.
Shalom disse a repórteres: "Acho que os palestinos entenderam que não há por que continuar a boicotar as conversações com Israel e que essas conversações não serão condicionadas por nenhuma concessão de nossa parte."
Na Cisjordânia, Nabil Abu Rdainah, porta-voz de Abbas, reafirmou a posição palestina de que as negociações de paz, suspensas desde dezembro, não serão retomadas sem o compromisso israelense de congelar os assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Ele afirmou que a reunião em Jerusalém, a primeira entre ministros israelenses e palestinos desde o início do governo Netanyahu em março, "permaneceu dentro do contexto das questões econômicas e não teve relação com negociações políticas."
Mais tarde, em Nova York, o enviado especial dos EUA para a paz no Oriente Médio, George Mitchell, planejava se encontrar com duas autoridades israelenses como parte da iniciativa para retomar as negociações com vistas a um acordo de paz e ao Estado palestino.