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Oriente Médio

Israel vê avanços rumo à paz, mas insiste em assentamentos

Israel vê avanços rumo à paz, mas insiste em assentamentos

26 ago 2009 - 14h28
(atualizado às 14h59)
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniu nesta quarta-feira com o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, e disse ver "avanços" para retomar o processo de paz na região, mas não deu sinais de ceder no polêmico assunto das colônias judias em território palestino.

Antes da reunião, que ocorreu em um hotel no centro de Londres, Netanyahu falou, na presença de Mitchell, sobre sua esperança de que as negociações de paz sejam retomadas "em breve".

"Estamos tendo avanços. Meu governo deu passos com palavras e com fatos para progredir. Espero que nas próximas semanas possamos fazer este processo avançar", afirmou o governante israelense.

Ao final da reunião, Netanyahu e Mitchell não falaram com a imprensa, mas Nir Hefez, assessor do chefe do governo israelense, afirmou que "ambos concordaram que há uma necessidade de começar negociações significativas entre Israel e os palestinos para avançar rumo a um acordo regional".

O primeiro-ministro israelense e o mediador americano também coincidiram em dizer que "todas as partes devem dar passos práticos para impulsionar a paz", relatou Hefez, ao acrescentar que os membros do governo de seu país continuarão a conversar com Mitchell na semana que vem.

Por outro lado, Netanyahu não demonstrou vontade alguma de paralisar a construção de assentamentos israelenses em território palestino, como exige a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como condição para retomar as negociações.

A reunião ocorre um dia depois de o primeiro-ministro de Israel se reunir com seu colega do Reino Unido, Gordon Brown, e rejeitar a interrupção da construção de assentamentos judaicos em Jerusalém Oriental, onde os palestinos pretendem fixar a capital de um futuro Estado.

Israel anexou essa região depois de tomá-la na Guerra dos Seis Dias (1967), em uma atitude não reconhecida pela comunidade internacional.

Sobre esse assunto, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, ressaltou hoje que só aceitará a criação de um Estado palestino "no território da Palestina, nem mais, nem menos que isso", em alusão à Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, ou seja, as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias.

Desde a chegada de Barack Obama à Casa Branca, o governo dos EUA não deixou de pressionar Netanyahu a dar fim à contínua expansão dos assentamentos israelenses.

No entanto, o Executivo israelense reiterou a necessidade de que os assentamentos sigam seu processo de "crescimento natural", de modo que as famílias israelenses não fiquem divididas com a suspensão das edificações.

Segundo o jornal britânico The Guardian, Obama oferecerá a Netanyahu um pacto pelo qual os EUA se comprometerão a adotar uma linha mais dura contra o Irã, que incluiria estritas sanções, em troca de uma postura mais flexível de Israel no tema das colônias judias.

De acordo com o Guardian, as negociações sobre o novo plano americano para o Oriente Médio entraram em uma fase muito avançada, ao ponto de França e Rússia oferecerem aos EUA a possibilidade de organizar uma conferência de paz em seus respectivos territórios.

Obama pode anunciar o plano durante a Assembleia Geral da ONU na semana que começa em 23 de setembro ou na cúpula do Grupo dos Vinte (G20, formado pelos países ricos e principais emergentes), em Pittsburgh (EUA), nos dias 24 e 25 do mesmo mês.

Após suas conversas com Brown e Mitchell, Netanyahu se reunirá na quinta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, na próxima parada de sua viagem europeia de quatro dias.

EFE   
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