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Oriente Médio

Israel: Netanyahu e seus rivais em busca dos votos indecisos

20 jan 2013 - 16h13
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O favorito Benjamin Netanyahu e seus rivais tentaram, neste domingo, mobilizar seus partidários e convencer os muitos eleitores indecisos antes das eleições legislativas de terça-feira em Israel.

Os chefes de partidos continuaram suas visitas por todo o país. Netanyahu participou do funeral de um dos pioneiros das colônias no norte da Cisjordânia enquanto a trabalhista Shelly Yachimovich fez campanha em Tel-Aviv.

O atual primeiro-ministro e líder do partido Likoud (direita) parece certo de que terá a oportunidade de conduzir o país pela segunda vez após as eleições, mas a amplitude de sua vitória, que definirá a composição e a estabilidade da próxima coalizão governamental, ainda é incerta.

Segundo as últimas pesquisas publicadas na sexta-feira, o Likoud, aliado ao partido Israel Beiteinou do ultranacionalista Avigdor Lieberman, é creditado com apenas 32 a 35 assentos dos 120 possíveis. No governo atual, eles possuem 42.

Esses números medíocres e uma campanha morna geraram insatisfação nos membros da base do Likoud, pouco favoráveis à aliança com o partido de Lieberman.

Essa coalizão de direita vê surgir o partido Casa Judaica do jovem Naftali Bennett, que encarna o movimento nacionalista religioso, próximo dos colonos, a quem as pesquisas prometem cerca de 15 assentos (contra 3 atualmente).

No centro, o Partido trabalhista teria 16 ou 17 assentos, Yesh Atid, um novo partido, 10 a 13, e HaTnouba, o movimento lançado pelo ex-primeiro-ministro das Relações Exteriores Tzipi Livni, 7 ou 8.

Em todo caso, o bloco de direita/extrema-direita lidera com folga frente aos partidos moderados, que não conseguiram se unir para enfrentar Netanyahu.

Contudo, as pesquisas - que contam com margem de erro de 5% - apontam uma grande percentagem de indecisos, de 15% a 25%.

O jornal Maariv lembrou também que, desde 1996, todas as pesquisas sobre intenções de voto não confirmaram seus prognósticos.

Avigdor Lieberman, que não pôde participar das eleições devido ao seu envolvimento num caso de quebra de confiança, se diz persuadido que a coalizão Likoud-Israel Beiteinou conseguiria eleger cerca de 40 membros.

Por outro lado, Yachimovich lançou um apelo às mulheres pedindo ajuda para derrotar Netanyahu.

Mas é na direita que a campanha finalmente pegou fogo nas últimas horas, no momento em que o país se prepara para eleger o Parlamento mais "direitista" de sua história.

A Casa Judaica e o Likoud, que disputam o mesmo eleitorado, trocaram farpas e a polêmica se intensificou após a transmissão televisiva de uma gravação de 2011 na qual Jeremy Gimpel, candidato da Casa Judaica ao Parlamento, fala do desejo de destruir a Cúpula da Rocha em Jerusalém, um dos locais mais sagrados para o Islã.

De acordo com a mídia, Tzipi Livni, que deseja a retomada das negociações com os palestinos, pediu a invalidação da candidatura de Gimpel. O presidente da comissão eleitoral, porém não confirmou o recebimento de tal pedido.

A Casa Judaica também foi alvo da ira do rabino Ovadia Yossef, chefe espiritual do partido ultraortodoxo sefardita Shass.

"Eles chamam de Casa Judaica, mas é a casa dos gentis (não-judeus). Os que os apoiam são infiéis", avisou o rabino de 92 anos.

Longes dessas brigas, os soldados israelenses que não poderão largar seus postos para votar terça-feira, já tiveram a oportunidade de depositar, neste fim de semana, seus votos nas urnas do Ministério da Defesa em Tel-Aviv e em diversas bases militares.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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