Israel nega acordo sobre criação de Estado palestino
"Tal coisa nunca aconteceu", disse o gabinete do líder israelense, em um comunicado oficial. Afirmação havia sido feita por Mahmoud Abbas, nesta quinta-feira
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou, nesta quinta-feira, a afirmação de que teria aceitado o estabelecimento de um Estado palestino de acordo com as fronteiras estabelecidas em 1967. "Tal coisa nunca aconteceu", disse o gabinete do líder israelense, em um comunicado oficial. A afirmação havia sido feita pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também nesta quinta.
Em declarações no palácio presidencial da Muqata de Ramala divulgadas pela agência de notícias Maan, Abbas comentou que Netanyahu "afirmou diante de mim que aceita o Estado palestino e que só resta detalhar os limites das fronteiras". "O primeiro-ministro de Israel aceitou o estabelecimento do Estado e me disse que pela frente só resta que os negociadores delimitem, em detalhes, as fronteiras de 1967", acrescentou Abbas.
"Não aceitaremos que a negociação seja parcial (...), mas um acordo global sobre as fronteiras", advertiu Abbas, para quem "Israel é o único país do mundo que não tem fronteiras delimitadas".
No entanto, horas depois que essa informação foi revelada, o gabinete de Netanyahu enviou um comunicado oficial negando o acordo.
Na entrevista divulgada pela agência de notícias, Abbas revelou ainda que o principal negociador palestino, Saeb Erekat, e o chefe dos serviços secretos, Majid Farrah, devem se reunir na próxima semana com o secretário de Estado americano, John Kerry, para dar-lhe detalhes desta conversa passada e dos futuros passos.
"Esperaremos um dia, uma semana ou um mês e, se houver acordo, seremos livres em nosso território, mas não vamos esperar 20 anos nem que Israel possa lançar uma guerra a cada dois anos", ressaltou o líder palestino.
Na última terça-feira, Israel e as autoridades palestinas chegaram a um acordo de cessar-fogo de longo prazo. Os conflitos, que já duravam 50 dias, deixaram mais de 2.100 palestinos mortos, dos quais a maioria era civil. Ao todo, 69 israelenses morreram e apenas três não eram soldados.
12 de junho - Três adolescentes desapareceram na Cisjordânia. Exército israelense estabeleceu controle nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron, para encontrá-los.
Foto: AP
14 de junho - Israel detém 80 palestinos e bloqueia Cisjordânia durante busca por adolescentes. Exército israelense informou do "fechamento de todo o distrito da Judeia e Samaria
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
15 de junho - Chefe do Parlamento palestino e membro do Hamas, Aziz Dweik foi preso por tropas de Israel, durante uma onda de prisões ligadas a uma caçada em massa por três adolescentes sequestrados.
Foto: AFP
18 de junho - Soldados israelenses entram em uma casa à procura de três adolescentes israelenses desaparecidos, que temem terem sido sequestrados por militantes palestinos, na aldeia de Taffouh perto da cidade de Hebron
Foto: AP
20 de junho - Soldados israelenses participam de operação de buscas na Cisjordânia. Durante a operação, o exército israelense deteve 25 palestinos na Cisjordânia
Foto: Reuters
20 de junho - Como retaliação ao sequestro dos adolescentes israelenses, exército israelense mata adolescente palestino. Jovem foi baleado no peito e morreu em um hospital de Hebron
Foto: AFP
22 de junho - Exército israelense continua operação contra o movimento islamita Hamas por causa do desaparecimento de três jovens judeus há nove dias. Outros dois palestinos são mortos em ações do Exército israelense
Foto: AP
22 de junho - Adolescente israelense morre em explosão nas Colinas de Golã. Fato na Colinas de Golã (foto) coincide com uma espiral de tensão na região pelo suposto sequestro de três adolescentes israelenses em um cruzamento da Cisjordânia
Foto: Wikimedia
29 de junho - Milhares de israelenses se reúnem para uma manifestação pedindo a libertação dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho, em Tel Aviv, Israel
Foto: Oded Balilty / AP
29 de junho - Uma mulher israelense detém um cartaz com fotos dos três adolescentes israelenses em falta, temidos raptadas na Cisjordânia em 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
30 de junho - Milicianos palestinos dispararam no começo da manhã desta segunda-feira 16 foguetes contra o sul de Israel, em uma nova reviravolta a uma escalada que começou com o suposto sequestro de três adolescentes na Cisjordânia.
Foto: Reuters
30 de junho - As forças de segurança israelenses encontraram nesta segunda-feira os corpos de três adolescentes que desapareceram na Cisjordânia no começo do mês e confirmaram que de fato se trata dos estudantes seminaristas procurados desde 12 de junho
Foto: Oded Balilty / AP
01 de julho - Jovem palestino Yussuf Abu Zagher, 18 anos, foi morto pelo Exército israelense, em um ataque contra o campo de refugiados de Jenin, no extremo-norte da Cisjordânia
Foto: Mohammed Ballas / AP
01 de julho - Israel bombardeou dezenas de locais na Faixa de Gaza, atacando alvos do Hamas depois da descoberta dos corpos de três adolescentes cujo sequestro e morte o país atribuiu ao grupo militante palestino
Foto: Nasser Shiyoukhi / AP
01 de julho - Milhares de israelenses participam dos funerais pelos três adolescentes israelenses que foram sequestrados em 12 de junho na Cisjordânia
Foto: Gil Cohen Magen / AFP
02 de julho - Pessoas observam os escombros da casa do palestino Ziad Awad, no sul da Cisjordânia. Israel demoliu a casa do palestino, preso este mês sob a acusação de ter matado à bala um policial israelense à paisana em abril, informou o Exército
Foto: Reuters
03 de julho - Exército israelense confirmou que a Força Aérea atacou posições islamitas em represália ao disparo de cerca de 20 foguetes da Faixa de Gaza
Foto: Mohammed Salem / Reuters
04 de julho - Milhares de pessoas acompanharam a cerimônia entoando hinos e brandindo bandeiras; palestinos e policiais voltaram a entrar em confronto pelo terceiro dia consecutivo. Palestinos enfrentam a polícia israelense em um bairro árabe de Jerusalém
Foto: Baz Ratner / Reuters
07 de julho - Sete combatentes palestinos morreram e dois eram considerados desaparecidos após ataques na aéreos israelenses na madrugada de domingo para segunda-feira na Faixa de Gaza
Foto: Hatem Moussa / AP
08 de julho - Pelo menos 25 palestinos, incluindo crianças, morreram e quase 100 outros ficaram feridos em ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, executados em resposta aos disparos de foguetes, de acordo com o serviço de emergência palestino.
Conheça um pouco mais sobre a região, que tem um quarto do tamanho do município de São Paulo, mas uma enorme importância para a história do Oriente Médio