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Oriente Médio

Israel liberta 26 presos palestinos antes de visita de secretário dos EUA

31 dez 2013 - 08h45
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Israel libertou nesta terça-feira 26 presos palestinos, como parte das negociações de paz promovidas pelo secretário de Estado americano, John Kerry, que viaja novamente à região nesta semana. Dezoito ex-prisioneiros chegaram à sede da Autoridade Palestina em Ramallah, Cisjordânia, onde eram aguardados pelo presidente Mahmud Abbas e seus familiares.

Os ex-detentos foram recebidos como heróis, em um ambiente de alegria e emoção, por centenas de pessoas que exibiam fotos dos presos e bandeiras palestinas. "Prometo que não haverá um acordo definitivo (com Israel) enquanto todos os prisioneiros não retornarem para suas casas", afirmou Abbas.

Outros cinco prisioneiros foram libertados e levados para Jerusalém Oriental. Três detentos de Gaza foram levados para este território palestino.

Os 26 estavam detidos desde antes dos acordos de Oslo de 1993, que iniciaram formalmente o processo de paz. Todos cumpriram entre 19 e 28 anos de prisão pelo assassinato de civis ou soldados israelenses.

A libertação foi possível depois que a Suprema Corte israelense rejeitou um recurso de última hora apresentado por familiares das vítimas. Na segunda-feira à noite, quase 200 israelenses protestaram em Jerusalém contra a libertação dos cinco prisioneiros naturais da parte oriental da cidade santa, de maioria árabe e ocupada desde 1967 pelo Estado de Israel.

Três carros pertencentes a palestinos foram incendiados nesta terça-feira em uma localidade próxima a Ramallah, poucas horas depois da libertação dos 26 detentos palestinos, que provocou a revolta da extrema-direita israelense. De acordo com a polícia israelense, mensagens hostis aos palestinos também foram encontradas no muro de uma casa.

"Judeia-Samaria (Cisjordânia): é a guerra" ou "Bem-vindo John Kerry" foram algumas frases escritas em um muro de Jalazune. As novas libertações materializam um compromisso que Israel assumiu em julho com o governo dos Estados Unidos e os palestinos, para retomar as negociações de paz.

O secretário de Estado americano, John Kerry, deve iniciar na quinta-feira a 10ª visita à região desde março para estimular as árduas conversações de paz entre israelenses e palestinos. Washington saudou a libertação dos palestinos como "um passo positivo no conjunto do processo de paz".

A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, anunciou a "satisfação" de Kerry, que abordará todas as questões do processo de paz com Abbas e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante a nova visita.

A libertação de terça-feira é a terceira de uma série de quatro operações para tirar das prisões 104 palestinos. As duas primeiras aconteceram em 13 de agosto e 30 de outubro. A quarta deve acontecer no fim de abril.

Netanyahu justificou as libertações ao afirmar que "um comando político é julgado pela capacidade de tomar decisões difíceis". "As negociações servem aos interesses estratégicos de Israel", completou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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