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Oriente Médio

Israel e Hezbollah sinalizam fim de breve confrontação

29 jan 2015 - 11h29
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Israel e o Hezbollah deram sinais nesta quinta-feira de que seu raro confronto na fronteira entre o Estado judeu e o Líbano terminou depois que os guerrilheiros libaneses mataram dois soldados israelenses em retaliação a um ataque aéreo mortífero na Síria na semana passada.

Soldados israelenses levam caixão de militar morto em ataque do Hezbollah na fronteira com o Líbano. 29/01/2015
Soldados israelenses levam caixão de militar morto em ataque do Hezbollah na fronteira com o Líbano. 29/01/2015
Foto: Ronen Zvulun / Reuters

Israel disse ter recebido uma mensagem da Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (Unifil, na sigla em inglês) dizendo que o grupo islâmico Hezbollah não está interessado em uma escalada no conflito.

Em Beirute, uma fonte libanesa a par da situação disse à Reuters que Israel informou ao Hezbollah através da Unifil que “irá lidar com o que aconteceu ontem e que não quer que a batalha se expanda”.

Indagado na Rádio do Exército israelense se o Hezbollah procurou frear o combate, o ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, afirmou: “Há linhas de coordenação entre nós e o Líbano via Unifil e tal mensagem de fato foi recebida do Líbano”.

Uma saraivada de mísseis teleguiados do Hezbollah matou um major de infantaria e um recruta israelenses quando eles circulavam em veículos civis sem identificação ao longo da divisa libanesa na quarta-feira.

Em seguida, Israel lançou uma ofensiva áerea e de artilharia, e um soldado espanhol da tropa pacificadora da Organização das Nações Unidas (ONU) foi morto. O embaixador da Espanha na ONU culpou os disparos israelenses por sua morte.

Foi o embate mais violento na fronteira desde 2006, quando Hezbollah e Israel lutaram durante 34 dias. A divisa estava tranquila nesta quinta-feira, embora a mídia libanesa tenha relatado sobrevoos de drones (aeronaves não tripuladas) da Força Aérea israelense.

Os dois lados parecem compartilhar o interesse em evitar um aprofundamento da violência. O Hezbollah está ocupado ajudando Damasco na guerra civil síria, e o nível de destruição no Líbano durante o conflito de 2006, que terminou em um impasse, também pode estar sendo levado em conta.

Já Israel se prepara para uma eleição geral em 17 de março e calcula os custos de sua ofensiva na Faixa de Gaza no ano passado contra combatentes palestinos, cujo arsenal de foguetes é irrisório perto do arsenal do Hezbollah.

O ministro Yaalon descreveu o ataque do Hezbollah na quarta-feira como uma “vingança” pelo ataque aéreo israelense à Síria, que matou um general da Guarda Revolucionária do Irã, um comandante do Hezbollah e o filho de um falecido líder do grupo.

Israel não reconheceu formalmente ter realizado a operação, mas Yaalon disse que a ação prejudicou os esforços do Hezbollah e do Irã, seu apoiador, de “abrir uma nova frente” contra o Estado judeu a partir das Colinas de Golã, na Síria.

Autoridades da Unifil não confirmaram nem negaram de imediato ter encaminhado mensagens entre Israel e o Hezbollah. A missão diz não ter contatos com o grupo militante, mas estar em contato com o governo libanês, do qual o Hezbollah faz parte.

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