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Oriente Médio

Israel busca três adolescentes desaparecidos na Cisjordânia

Um dos jovens é americano e a embaixada dos Estados Unidos já foi informada sobre o ocorrido

13 jun 2014 - 20h03
(atualizado às 20h06)
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<p>Exército israelense estabeleceu controles nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron,</p>
Exército israelense estabeleceu controles nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron,
Foto: AP

Três jovens israelenses que estavam perto do bloco de assentamentos de Gush Etzion, na Cisjordânia, estão desaparecidos desde quinta-feira, informou o Exército israelense em um comunicado divulgado nesta sexta.

"Não damos detalhes que possam dificultar a investigação", disse um porta-voz militar, acrescentando que uma operação de busca de "grande amplitude" foi iniciada para encontrar os três jovens.

De acordo com a imprensa israelense, um grupo palestino pode ter sequestrado os três estudantes de uma escola talmúdica (yeshivá). Um dos jovens é americano e, de acordo com a rádio pública, a embaixada dos Estados Unidos já foi informada sobre o ocorrido.

Os jovens desapareceram na quinta à noite, quando tentavam pedir carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e de Hebron (sul da Cisjordânia). De lá, seguiriam para Jerusalém.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se com as famílias dos desaparecidos e garantiu que Israel "fará todo o possível" para encontrá-los. Em nota, o premiê considerou a Autoridade Palestina (AP) responsável pelo destino dos três adolescentes.

"Israel responsabiliza a Autoridade Palestina pelo bem-estar dos três jovens israelenses desaparecidos", acrescentou Netanyahu, que conversou com o secretário de Estado americano, John Kerry, sobre o assunto.

O premiê também convocou uma reunião de consultas em Tel Aviv com o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, seu chefe de gabinete, Benny Gantz, e os chefes do Shin Bet, o serviço de segurança interna, ainda de acordo com o comunicado.

"O que está acontecendo no terreno desde que o Hamas se uniu ao governo palestino é destrutivo. É o resultado da entrada no governo de uma organização terrorista", criticou o primeiro-ministro.

O porta-voz dos serviços de segurança da Autoridade Palestina, general Andan al-Damiri, classificou de "loucura" as acusações de Netanyahu, ressaltando que o governo palestino não tem "qualquer poder" na região de Gush Etzion. Essa região fica na Zona C sob controle total - civil e militar - de Israel.

"Até em caso de terremoto, Netanyahu acusaria a Autoridade Palestina", declarou Al-Damari à AFP.

Uma outra autoridade palestina afirmou que os serviços de segurança da AP estão cooperando com as agências israelenses para "reunir informações" sobre o desaparecimento dos três israelenses.

Segundo essa fonte, Netanyahu também teria telefonado para o presidente da AP, Mahmud Abbas.

O Exército israelense estabeleceu controles nas estradas da região de Gush Etzion e de Hebron e fez batidas em um bairro da localidade palestina de Dura, ao sudoeste de Hebron, constatou a AFP.

Além disso, Israel fechou os dois principais postos de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, temendo que os três jovens sejam transferidos para esse território controlado pelo movimento islâmico Hamas.

Sem se referir especificamente ao desaparecimento dos três jovens, o braço armado do Hamas - as Brigadas Ezzeldin al-Qassam - afirmou em sua página na Internet que, "enquanto houver uma resistência palestina na Cisjordânia, o ocupante (israelense) nunca se sentirá seguro".

Netanyahu continua a denunciar o governo de unidade palestino, estabelecido em 12 de abril entre a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e o Hamas. Este é considerado uma "organização terrorista" por Israel.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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