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Oriente Médio

Israel aceita libertar 104 presos palestinos para retomar diálogo de paz

28 jul 2013 - 12h46
(atualizado às 12h58)
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O governo de Israel aprovou neste domingo a libertação de 104 presos palestinos que cumprem pena em prisões israelenses desde antes dos Acordos de Oslo (1993), uma medida destinada a favorecer a retomada das negociações de paz no Oriente Médio.

A proposta, que por enquanto deixa de fora 14 presos palestinos que têm cidadania israelense, obteve 13 votos a favor, sete contra e duas abstenções, ambas do Likud, partido direitista do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Este momento não é fácil para mim, não é fácil para os ministros e especialmente não é fácil para os familiares das vítimas", disse o premiê ao inaugurar a crucial reunião, que teve que ser adiada por mais de uma hora para que conseguisse reunir os votos necessários.

Netanyahu mantinha desde ontem longas conversas telefônicas com os ministros mais rígidos de seu governo para convencê-los a votar a favor. "Há momentos nos quais é preciso tomar decisões difíceis pelo bem do Estado, e este é um deles. Acho que o reatamento do processo de paz nestes momentos é importante para Israel", afirmou.

O principal grupo de oposição é o partido nacionalista Habayit Hayehudi, dirigido pelo ministro da Indústria e Comércio, Naftali Benet.

"Quem exige a libertação de assassinos não merece ser chamado de parceiro (no processo de paz)", afirmou o ministro em alusão ao presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Benet, que votou contra a proposta com o resto dos ministros de oposição, falou durante uma reunião com um grupo de familiares de vítimas que se manifestava pela manhã em frente ao gabinete do primeiro-ministro.

"Voto a favor com o coração aflito", declarou o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, que fará parte da equipe ministerial presidida por Netanyahu para aprovar, nome por nome, a lista dos 104 presos que exigidas pela Palestina como condição para retomar as negociações de paz.

A proposta aprovada neste domingo inclui a libertação genérica de 104 presos e não permite por enquanto a saída de prisão de 14 palestinos com cidadania israelense. Estes casos serão votados em separado porque o primeiro-ministro não quis se arriscar a perder a disputa de hoje.

A libertação de presos antes do processo de paz de Oslo é um dos gestos que o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, conseguiu tirar de Netanyahu como "medida de confiança" para retomar as negociações de paz com os palestinos após quase três anos de completa paralisação.

Os contatos preliminares entre israelenses e palestinos devem começar na terça-feira em Washington sob a mediação de Kerry.

EFE   
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