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Oriente Médio

Irã rejeita pedido dos EUA de auxílio contra grupo jihadista

Líder iraniano diz que recusou o pedido de cooperação porque os "Estados Unidos têm mãos sujas"

15 set 2014 - 07h50
(atualizado às 07h51)
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O líder supremo do Irã disse que não vai cooperar com os EUA contra o Estado Islâmico
O líder supremo do Irã disse que não vai cooperar com os EUA contra o Estado Islâmico
Foto: AFP

O Irã rejeitou um pedido de cooperação dos Estados Unidos contra o "Daesh" (acrônimo em árabe do grupo Estado Islâmico), anunciou o guia supremo iraniano Ali Khamenei.

"Desde os primeiros dias, o governo dos Estados Unidos, por meio de seu embaixador no Iraque, pediu uma cooperação contra o Daesh", afirma Khamenei em uma nota divulgada em seu site oficial.

"Recusei porque (os americanos) têm as mãos sujas" completa o líder iraniano, que tem a última palavra em questões do Estado no Irã.

"O secretário de Estado americano também pediu pessoalmente a Mohamad Javad Zarif", ministro das Relações iraniano, e "este negou", destacou Khamenei, que recebeu alta do hospital depois de ter passado por uma cirurgia na próstata com êxito, segundo os médicos.

Para o guia supremo, o governo dos Estados Unidos busca "um pretexto para fazer no Iraque e na Síria o que faz no Paquistão, bombardear os lugares que deseja sem autorização" do governo paquistanês.

Khamenei fez referência assim aos ataques americanos com drones contra as bases dos talibãs.

Kerry havia afirmado na sexta-feira que a participação do Irã em uma conferência internacional que acontece nesta segunda-feira em Paris sobre a coalizão internacional contra o Estado Islâmico, "não seria adequada pelo envolvimento do Irã na Síria e outros lugares".

O Irã é o principal aliado do regime sírio de Bashar al-Assad.

Nesta segunda-feira, o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdolahian, criticou a conferência internacional de Paris e insistiu que o Estado Islâmico (EI) não pode ser derrotado sem o apoio da Síria.

"A melhora forma de lutar contra o Daesh e o terrorismo na região é ajudar e reforçar os governos iraquiano e sírio, que lutam de forma séria contra o terrorismo", disse Abdolahian.

"A República Islâmica do Irã não vai esperar a formação de nenhuma coalizão internacional para lutar contra o terrorismo e cumprirá com seu dever", completou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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