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Oriente Médio

Irã rejeita exigência de Obama pela interrupção de programa nuclear por 10 anos

3 mar 2015 - 19h11
(atualizado às 20h50)
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O Irã rejeitou nesta terça-feira como inaceitável a demanda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que os iranianos congelem suas atividades nucleares por 10 anos, mas disse que iria dar continuidade às conversas para se chegar a um acordo, afirmou a agência de notícias semioficial Fars.

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, participa de uma sessão no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, na segunda-feira. 02/03/2015
O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, participa de uma sessão no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, na segunda-feira. 02/03/2015
Foto: Denis Balibouse / Reuters

O Irã expôs sua posição enquanto os chanceleres norte-americano e iraniano se reuniam para um segundo dia de negociações, e ao mesmo tempo em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticava duramente o acordo nuclear.

O chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encontraram um dia depois de Obama ter concedido uma entrevista à Reuters dizendo que o Irã deve se comprometer com uma interrupção verificável de ao menos 10 anos em seus trabalhos nucleares de maior sensibilidade, de modo que um acordo histórico possa ser alcançado.

"O Irã não vai aceitar demandas excessivas e ilógicas", disse Zarif, segundo a Fars.

"O posicionamento de Obama... é expressado em frases ameaçadoras e inaceitáveis", disse ele, de acordo com o que foi noticiado, acrescentando que as conversas com Kerry, na Suíça, continuariam apesar disso.

O objetivo das negociações é persuadir o Irã a restringir seu programa nuclear em troca de um alívio de sanções que prejudicam a economia do país exportador de petróleo, reduzindo dessa maneira o risco de uma guerra em decorrência do prolongado impasse.

Os EUA e alguns de seus aliados, notadamente Israel, suspeitam que o Irã esteja usando seu programa nuclear civil para desenvolver a capacidade de produção de armas nucleares. O Irã nega a acusação, alegando possuir apenas propósitos pacíficos focados na geração de energia elétrica.

Em discurso no Congresso dos EUA, Netanyahu advertiu Obama a não aceitar um eventual acordo nuclear com o Irã, pois isso representaria uma "contagem regressiva para um potencial pesadelo nuclear" promovido por um país que "sempre será um inimigo da América".

"Se o acordo sendo negociado agora com o Irã for aceito, esse acordo não vai prevenir o Irã de desenvolver armas nucleares – vai, sim, garantir ao Irã de que vai conseguir chegar a tais armas nucleares, muitas delas", disse o líder israelense em uma crítica ponto a ponto de 39 minutos contra a diplomacia de Obama em relação ao Irã.

Mais tarde, Obama disse que Netanyahu não havia oferecido em seu discurso "alternativas viáveis” sobre como lidar com Teerã e pediu ao Congresso que aguarde para expressar suas opiniões após um acordo com Teerã ser finalizado. Obama disse que somente concordaria com um acordo que venha impedir o Irã de colocar as mãos em uma arma nuclear.

(Reportagem adicional de Lucien Libert, em Montreux; de Parisa Hafezi, em Ancara; de Stephanie Nebehay e Tom Miles, em Genebra; e de Dan Williams e Matt Spetalnick, em Washington)

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