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Oriente Médio

Irã envia à ONU proposta de paz de quatro pontos sobre Iêmen

17 abr 2015 - 17h11
(atualizado às 17h11)
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O ministro das Relações Exteriores do Irã apresentou nesta sexta-feira uma carta ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, delineando um plano de paz de quatro pontos para o Iêmen, onde rebeldes houthis apoiados pelos iranianos têm sido alvos há semanas de ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita.

O plano, que o chanceler Mohammad Javad Zarif anunciou no Paquistão no início deste mês, apela a um cessar-fogo imediato e ao fim de todos os ataques militares estrangeiros, assistência humanitária, a retomada de um diálogo nacional amplo e o "estabelecimento de um governo nacional inclusivo de unidade".

"É imperativo que a comunidade internacional se envolva mais eficazmente para acabar com os ataques aéreos sem sentido e estabelecer um cessar-fogo, assegurando a entrega de ajuda humanitária e médica para o povo do Iêmen, e restaurar a paz e a estabilidade a este país através do diálogo e da reconciliação nacional sem pré-condições", diz a carta de Zarif, obtida pela Reuters.

Diplomatas ocidentais e árabes em Nova York têm demonstrado pouco interesse no plano iraniano, alegando que não consideram o Irã um ator neutro no Iêmen.

Estados árabes têm bombardeado os houthis em apoio às milícias que resistem a um avanço do grupo. O conflito, embora enraizado em rivalidades locais, tornou-se um campo de batalha indireto entre a sunita Arábia Saudita e o xiita Irã, as principais potências regionais.

O Irã advertiu que a instabilidade está permitindo que grupos terroristas ganhem uma posição no Iêmen.

"Esta situação crítica está se intensificando e a crise humanitária no Iêmen está se aproximando de dimensões catastróficas", diz a carta de Zarif.

"Isso pode resultar em mais exacerbação das circunstâncias já tensas em uma região que tem sido atormentada por um dos tipos mais bárbaros de extremismo e uma virulenta campanha multifacetada apoiada por terroristas estrangeiros", disse.

O Iêmen é o reduto de um dos ramos mais letais da Al Qaeda, abrigando militantes em regiões tribais e alvejado durante anos por ataques de veículos não tripulados dos Estados Unidos.

Um grupo tribal de ex-militantes da Al Qaeda assumiu o controle de um importante terminal de petróleo do sul depois que as forças militares que protegiam a instalação se retirou do local nos últimos dias.

A ONU disse que cerca de 150 mil pessoas foram expulsas de suas casas pelas três semanas de ataques aéreos e combates terrestres, com mais de 750 pessoas mortas.

(Reportagem de Louis Charbonneau)

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