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Oriente Médio

Irã e EUA esperam que outro lado faça acordo sobre questão nuclear

7 ago 2013 - 15h19
(atualizado às 16h26)
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A Presidência do clérigo moderado Hassan Rouhani abriu uma janela de oportunidade na delicada diplomacia nuclear do Irã com o Ocidente, mas analistas de Teerã dizem que essa janela pode fechar enquanto cada lado espera que o outro dê o primeiro passo.

O otimismo cauteloso com relação às negociações entre o Irã e as seis potências mundiais que devem recomeçar em setembro é um forte contraste com o pessimismo com as negociações que começavam e paravam durante os oito anos do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Naquela época, sanções cada vez mais rigorosas da ONU, dos EUA e da União Europeia sobre o setor energético, financeiro e de exportação do Irã ajudaram a enfraquecer sua moeda, contribuindo com um forte aumento da inflação e diminuindo pela metade suas exportações de petróleo em 2011.

Enquanto isso, a República Islâmica continuou enriquecendo urânio, aproximando-se da "linha vermelha" traçada por Israel, que ameaça lançar ataques militares contra instalações iranianas.

A liderança de Rouhani, que derrotou rivais mais conservadores em uma eleição em 14 de junho com pouco mais de 50 por cento dos votos, parece oferecer a esperança de uma alternativa ao pior cenário.

"Estamos preparados, de forma séria e sem perder tempo, para iniciar negociações sérias e substantivas com o outro lado", disse Rouhani em sua primeira coletiva como presidente na terça-feira, respondendo a uma pergunta se não descartava conversas diretas com os Estados Unidos.

Os EUA, que disseram que seriam um "parceiro disposto" se o Irã se mostrasse sério sobre resolver o problema de forma pacífica, fui cuidadoso na sua resposta.

"Existem medidas que eles precisam tomar para cumprir suas obrigações internacionais e encontrar uma solução pacífica para essa questão, e a bola está no campo deles", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

O fato de que Rouhani vem sendo capaz de se aproximar de Washington, mesmo de modo limitado, indica que ele pelo menos tem o apoio tácito do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, a figura mais poderosa na estrutura de poder complexa e muitas vezes opaca do Irã.

Khamenei expressou publicamente ceticismo com a prontidão do Ocidente em se comprometer, mas por enquanto parece estar dando espaço a Rouhani para que ele faça um acordo. Se houver uma falta de progresso, isso poderia mudar facilmente.

(Reportagem de Marcus George)

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