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Oriente Médio

Irã diz que está a espera das garantias para a troca nuclear

21 abr 2010 - 14h50
(atualizado às 15h14)
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O Irã permanece à espera que a comunidade internacional conceda as garantias que exige para aceitar o acordo de troca de combustível nuclear, afirmou nesta quarta-feira o diretor da Agência Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehí.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias local Ilna, o responsável iraniano negou também que já tenha sido confirmada a localização da nova usina nuclear que o país pretende construir, como assegurou esta semana um assessor presidencial.

"O Irã aceitou as bases do acordo de troca, mas ainda espera as garantias que pediu aos países europeus e que incluem que a troca seja feita de forma simultânea e em território iraniano", explicou.

De acordo com Salehí, a questão será exposta pelo ministro iraniano de Assuntos Exteriores, Manouchehr Mottaki, nas reuniões bilaterais que manterá com os países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a reunião realizado em maio em Nova York sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNPN).

Grande parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos à frente, acusa ao regime dos aiatolás de ocultar, sob seu programa civil, outro de natureza clandestina e ambições bélicas cujo objetivo seria adquirir um arsenal atômico, alegação que Teerã nega.

No final do ano passado, o Irã rejeitou uma oferta dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Rússia para enviar seu urânio a 3,5% ao exterior e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%, nas condições que considera necessárias para manter em operação seu reator de pesquisa em Teerã. A República Islâmica alega que não confia na outra parte e exige garantias de que a troca será feita em cofres lacrados, sob supervisão da AIEA, em território iraniano e de forma simultânea.

Perante a falta de acordo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadienyad, ordenou que os cientistas de seu país iniciassem o programa de enriquecimento a 20%, apesar das advertências internacionais. Desde então, a Administração americana trata de pactuar uma nova bateria de sanções internacionais para tratar de frear o controvertido programa nuclear iraniano, mas a reticência da China travou o processo.

Mesmo assim, algumas fontes indicaram que as medidas punitivas poderiam estar listas no próximo mês. O Irã desafiou ainda mais a comunidade internacional com a decisão de instalar centrífugas mais potentes e velozes, e construir dez novas usinas nucleares.

A este respeito, Salehi afirmou hoje que "o desenho para a primeira fábrica será feito ao longo desse ano. A localização ainda não foi definida. Uma vez que o presidente a aprove, a decisão a este respeito será tomada".

EFE   
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