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Oriente Médio

Irã desdenha de relatório da AIEA sobre seu programa nuclear

8 nov 2011 - 17h38
(atualizado às 19h18)
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O governo do Irã classificou como "ridículo e inventado" o relatório divulgado nesta terça-feira pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) - que acusa Teerã de realizar atividades para desenvolver armas nucleares - e o considera "uma repetição das acusações infundadas dos Estados Unidos e dos sionistas (Israel)".

Imagem de arquivo mostra o presidente Mahmoud Ahmadinejad visitando instalação de enriquecimento de urânio em Natanz
Imagem de arquivo mostra o presidente Mahmoud Ahmadinejad visitando instalação de enriquecimento de urânio em Natanz
Foto: AFP

Em um longo comunicado divulgado pela agência estatal de notícias do Irã, a "Irna", foi destacado que analistas iranianos "refutam totalmente um relatório tão ridículo, inventado pelos serviços de inteligência ocidentais que, na atualidade, controlam totalmente (o diretor-geral da AIEA, Yukiya) Amano". Fontes diplomáticas não identificadas em Teerã disseram, segundo o texto, que em uma visita na última semana a Washington "Amano recebeu ordens para publicar seu relatório neste momento" de grande tensão entre o Irã, de um lado, e os EUA e Israel, do outro.

Amano, acrescenta a nota, "se fez de omisso em relação aos pedidos de Rússia e China, de alguns países europeus e de outros membros dos Não-Alinhados para manter a neutralidade", e divulgou o relatório, "carente de confiabilidade". No comunicado, a Irna disse que, neste novo relatório, "não foram apresentadas novas provas" a respeito dos dados "supostamente tirados de um computador portátil que foi supostamente roubado de um funcionário iraniano em 2004".

Por este motivo, o texto diz que "Amano não tinha novas informações para apoiar suas reivindicações, e está usando os dados de sempre, o que indica que todas as suas afirmações sobre a continuação das atividades nucleares do Irã após 2004 são uma grande mentira". Ainda de acordo com a nota, Amano teria um documento adjunto de 15 páginas com as provas, mas "segundo analistas de Teerã e da Secretaria da AIEA, esse arquivo não é técnica e legalmente defensável, por isso em breve provocará o descrédito da AIEA".

Os originais das supostas provas, segundo a nota iraniana, estão supostamente nos EUA e "nunca foram vistos nem por analistas iranianos nem pela AIEA, apesar de o Irã ter insistido desde 2007 que elas sejam enviadas a uma equipe independente para que seja determinada sua credibilidade, mas Washington sempre se opôs". "O uso de material nuclear pelo Irã não está confirmado por nenhum documento ou prova fornecida pela AIEA", diz o texto iraniano, que acrescenta que esses materiais "poderiam estar relacionados a atividades militares convencionais, e não é razoável crer que têm natureza nuclear".

O texto iraniano indica que, segundo fontes diplomáticas, o enviado dos EUA à AIEA, Glen Davis, "preparou ontem um comunicado de 16 páginas e foi pessoalmente falar com jornalistas para lhes pedir que o divulgassem com o máximo tom lacrimogêneo". A nota cita comentários sobre diversos parágrafos do relatório divulgado hoje pela AIEA, considerando-os como "ridículos", e lembra documentos secretos divulgados pelo site Wikileaks nos quais, supostamente, Amano prometia "coordenar suas medidas com as autoridades americanas".

EFE   
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