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Oriente Médio

Irã critica potências nucleares e Israel em reunião sobre tratado atômico na ONU

27 abr 2015 - 16h20
(atualizado às 16h20)
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O Irã exigiu nesta segunda-feira que países que possuam armas nucleares descartem seus planos de modernizar ou ampliar a vida útil dos arsenais atômicos e classificou Israel como uma ameaça à região devido ao seu suposto estoque nuclear.

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, discursa na ONU durante a abertura do encontro de revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em Nova York, nesta segunda-feira. 27/04/2015
O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, discursa na ONU durante a abertura do encontro de revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em Nova York, nesta segunda-feira. 27/04/2015
Foto: Mike Segar / Reuters

Falando em nome das 120 nações do Movimento dos Países Não Alinhados, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse a signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), firmado no anos 1970, que não deveria haver limites para a transferência de tecnologia nuclear e de conhecimento para signatários do TNP.

"Conclamamos os Estados detentores de armas nucleares a cessar imediatamente seus planos de novos investimentos na modernização e na prorrogação da vida útil de suas armas nucleares e instalações relacionadas", declarou Zarif no início da conferência de um mês para se fazer um levantamento do TNP, tratado de desarmamento que é referência mundial.

"As reduções nas movimentações e na situação operacional não substituem os cortes irreversíveis, e a eliminação total, das armas nucleares", discursou o ministro.

Ele acrescentou que o Irã e os 117 países não alinhados que são membros do TNP estão "profundamente preocupados com as doutrinas militares e de segurança dos Estados detentores de armas nucleares, assim como aquelas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)", que ele afirmou permitir o uso, ou a ameaça de uso, de armas atômicas.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) assinaram o TNP na condição de Estados detentores de armas nucleares, embora o pacto determine que negociem a redução e a eventual eliminação de seus estoques de armas. Os países que não possuem armamento nuclear se queixam de ter havido poucas ações para o desarmamento nuclear.

O Irã, acusado por potências ocidentais de desenvolver a capacidade de criar armas nucleares sob o disfarce de um programa civil, diz que suas ambições atômicas são inteiramente pacíficas. Teerã está conversando com Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China a respeito da contenção de suas atividades nucleares mais sofisticadas em troca da suspensão de sanções.

Zarif afirmou que os países não alinhados veem as supostas armas nucleares de Israel como "uma ameaça séria e pendente à segurança de Estados vizinhos e outros, e repudia Israel por continuar a desenvolver e estocar arsenais nucleares".

O Estado judeu nem confirma nem nega a suposição generalizada de que controla o único arsenal nuclear do Oriente Médio. O país não é membro do TNP e participa da conferência como observador.

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