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Oriente Médio

Irã: com 80% das urnas apuradas, reformista se aproxima de vitória

15 jun 2013 - 08h07
(atualizado às 12h48)
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<p>O candidato presidencial Hassan Rohani deposita seu voto em seção eleitoral de Teerã</p>
O candidato presidencial Hassan Rohani deposita seu voto em seção eleitoral de Teerã
Foto: Reuters

O único candidato reformista moderado nas eleições presidenciais do Irã, Hassan Rohani, mantém a vantagem que lhe permitiria ser eleito presidente logo no primeiro turno, quando calcula-se que já estão contabilizados cerca de 80% dos votos, segundo o Ministério do Interior.

A emissora de televisão oficial iraniana em inglês, PressTV, que cita fontes não identificadas, afirmou em seu site que a participação nas eleições presidenciais de ontem na República Islâmica esteve próxima de 80% dos 50,5 milhões de eleitores convocados.

Segundo os últimos dados oficiais do Ministério do Interior, Rohani tem 16.413.281 dos 31.106.865 de votos válidos apurados até o momento. Em segundo lugar está o ultraconservador prefeito de Teerã, Mohamad Ggher Qalibaf, com 5.073.652 de votos nesta apuração parcial, e o terceiro posto é ocupado novamente pelo secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional e principal negociador nuclear do Irã, Saeed Jalili, com 3.665.234.

Já Mohsen Rezaei, secretário do Conselho do Discernimento e ex-comandante do Corpo de Guardiães da Revolução, passou do terceiro ao quarto lugar, com 3.593.507 votos, enquanto o quinto é o assessor do líder supremo e ex-ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Velayati, 1.969.351 sufrágios. O sexto candidato, o tecnocrata Mohamad Gharazi, está longe do restante com somente 391.840 votos.

Caso sejam confirmados estes resultados no término da apuração, Rohani seria eleito no primeiro turno, o que representaria uma grande vitória para o candidato que conseguiu mobilizar o eleitorado de seu setor, desencantado após a forte repressão aos protestos e denúncias de fraude nas eleições de 2009.

Rohani, um clérigo pragmático que foi secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional e negociador do programa nuclear, se transformou no candidato de consenso dos reformistas após a renúncia do outro candidato desse movimento, Mohamad Reza Aref, e teve o apoio dos ex-presidentes reformistas Akbar Hashemi Rafsanjani e Mohamed Khatami.

Os resultados completos devem ser apresentados à noite. Um segundo turno está previsto para 21 de junho se o candidato na liderança não conseguir mais de 50% dos votos.

Nenhuma irregularidade foi constatada, indicou o Conselho dos Guardiões da Constituição, mas o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, havia considerado antes da votação que o ambiente político no país não permitia classificar o processo de "livre e igualitário".

Ligado ao ex-presidente moderado Akbar Hachemi Rafsandjani, Rohani foi beneficiado pela desistência do candidato reformista Mohammad Reza Aref e recebeu o apoio do líder dos reformadores, Mohammad Khatami.

Como representante do aiatolá Khamenei no Conselho Supremo de Segurança Nacional, ele defende mais flexibilidade no diálogo com o Ocidente. Ele mesmo dirigiu esse diálogo para os iranianos entre 2003 e 2005 sob a presidência de Khatami. Durante a campanha, Rohani mencionou possíveis discussões diretas com os Estados Unidos, inimigo histórico do Irã. Já Said Jalili, membro da ala dura do regime, e Ghalibaf recusam qualquer "concessão".

Eleições anteriores

Em 2009, o anúncio da reeleição de Ahmadinejad no primeiro turno desencadeou protestos, que terminaram em violência, com confrontos entre policiais e manifestantes partidários dos candidatos derrotados Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karoubi. Os protestos denunciando fraudes se estenderam por semanas. A contestação foi duramente reprimida e os dois candidatos opositores na época são mantidos em prisão domiciliar desde 2011.

A maioria dos eleitores compartilha as mesmas preocupações: a crise econômica provocada pelas sanções internacionais e que causou um aumento do desemprego, uma inflação superior a 30% e uma desvalorização do rial de cerca de 70%. Essas sanções foram impostas para obrigar o Irã a interromper suas atividades de enriquecimento de urânio, apesar da rejeição do país de que esteja querendo produzir a arma atômica. Israel, o outro grande inimigo do Irã, e os Estados Unidos ressaltaram que a eleição não deve trazer mudanças para a política iraniana.

Com informações das agências EFE e AFP

Fonte: Terra
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