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Oriente Médio

Irã ataca intervencionismo e sanções em prévia de cúpula

26 ago 2012 - 11h46
(atualizado às 13h04)
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O Irã se manifestou neste domingo contra o intervencionismo das grandes potências e as sanções econômicas unilaterais a alguns países na abertura das reuniões prévias à 16ª Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA), que acontecerá em Teerã nos dias 30 e 31 de agosto.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, inaugurou os encontros de especialistas que devem dar forma à redação dos documentos da cúpula, vista por Teerã como uma guerra diplomática contra Estados Unidos, Israel e seus aliados ocidentais, que criticaram a realização da reunião no Irã.

Apesar das pressões israelenses e americanas para que não comparecesse, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve chegar a Teerã na próxima quarta-feira para participar da cúpula e reunir-se com as principais autoridades iranianas.

Em seu discurso perante os especialistas, Salehi fez uma chamada à solidariedade entre os membros dos Não-Alinhados, como "requisito prévio para um movimento eficiente" e para fazer esforços coletivos para conseguir a paz.

Nesse sentido se referiu às "sanções unilaterais", já condenadas pelo movimento, contra alguns membros do MPNA, entre eles o próprio Irã por seu programa nuclear. Também aludiu ao conflito palestino e comentou que "os atos criminosos do regime sionista (Israel) contra os palestinos e os demais povos da região são a maior ameaça contra a paz e segurança internacionais".

O responsável da diplomacia iraniana se mostrou contra a "mentalidade destrutiva" e a política "intervencionista que ainda se aplica nas relações internacionais", e por isso garantiu que o Irã dedicará seus três anos na presidência dos Não-Alinhados a fortalecer o movimento para garantir a independência de seus membros.

Salehi também falou sobre a reforma das Nações Unidas, principalmente no Conselho de Segurança, como propõem muitos países em desenvolvimento e desenvolvidos e que segue paralisada. "A ONU deve ser dirigida por todos seus membros", salientou, em um ataque explícito ao poder de veto de EUA, China, França, Reino Unido e Rússia no Conselho de Segurança.

Nesta jornada inicial de encontros prévios à cúpula, o Irã também lembrou que, durante a reunião, tentará promover um plano para solucionar de forma dialogada o conflito da Síria e convidou os líderes presentes a visitar suas instalações nucleares. Além disso, as autoridades iranianas esclareceram que só convidaram oficialmente como representante dos palestinos o presidente, Mahmoud Abbas, e não o chefe do governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, assunto que tinha criado uma nova disputa entre as principais facções palestinas.

O Movimento dos Países Não-Alinhados, fundado formalmente em 1961, reúne quase dois terços dos Estados-membros das Nações Unidas, especialmente da Ásia, África e América Latina. Durante a Guerra Fria, na segunda metade do século passado, no MPNA se agruparam a maior parte dos estados não oficialmente alinhados com o bloco ocidental nem com o soviético, a fim de manter sua independência.

EFE   
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