PUBLICIDADE

Oriente Médio

Irã apresenta plano de paz para Iêmen enquanto houthis sofrem derrotas no campo de batalha

14 abr 2015 - 10h29
(atualizado às 10h30)
Compartilhar
Exibir comentários

O Irã propôs um plano de paz para o Iêmen nesta terça-feira e pediu o fim dos ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita contra os rebeldes houthis, seus aliados, mas a iniciativa deve receber uma resposta fria por parte dos sauditas.

Smoke billows after an air strike in Yemen's central city of Ibb. 12/04/2015.
Smoke billows after an air strike in Yemen's central city of Ibb. 12/04/2015.
Foto: Stringer / Reuters

Na frente de batalha, milicianos leais ao presidente deposto Abd-Rabbu Mansour Hadi disseram ter expulsado milicianos houthis de vários pontos no sul do Iêmen, incluindo distritos da cidade portuária de Áden, o ponto crucial de um conflito que entrou na sua fase mais perigosa três semanas atrás.

Depois de prolongados combates de rua, milicianos houthis se retiraram do distrito de Khor Maksar, em Áden, onde estão localizados o aeroporto e as missões diplomáticas estrangeiras.

A retirada priva os houthis de uma ponte para áreas centrais onde enfrentam forte resistência dos combatentes locais.

A Arábia Saudita e seus aliados árabes sunitas têm bombardeado os houthis desde 25 de março, para expulsá-los de Áden, a cidade mais importante ainda mãos de Hadi.

Os houthis, muçulmanos xiitas majoritários no norte do país, assumiram o controle da capital do Iêmen, Sanaa, em setembro, confinando Hadi à residência presidencial. Ele escapou para Áden em fevereiro e depois fugiu para a capital saudita, Riad, no mês passado enquanto as forças houthis avançavam sobre a cidade.

O conflito, embora enraizado em rivalidades locais, tornou-se um campo de batalha para as potências regionais, a Arábia Saudita, de regime sunita, e o Irã, xiita. A Arábia Saudita e outras potências acusam o Irã de armar os houthis e interferir nos assuntos do Iêmen. O governo iraniano nega dar apoio militar aos houthis.

Em Madri, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, apresentou nesta terça-feira uma proposta de paz envolvendo um cessar-fogo, assistência humanitária, diálogo entre as facções iemenitas e um governo de base ampla.

"Essa questão deve ser resolvida pelos iemenitas. Irã e Arábia Saudita precisam conversar, mas não podemos falar para determinar o futuro do Iêmen", disse ele em entrevista coletiva.

Zarif também afirmou que os ataques aéreos "simplesmente não são a resposta. Todas as operações em terra e ar têm deveriam parar".

Na segunda-feira, Zarif pediu um novo governo no Iêmen e se ofereceu para ajudar em uma transição política.

É improvável que a oferta agrade ao regime saudita, que diz estar protegendo Hadi e seu governo no exílio dos combatentes houthis.

Mas, como o maior exportador mundial de petróleo, a Arábia Saudita também está descontente com a perspectiva de convulsão prolongada no seu vizinho do sul.

Hadi e seus aliados sauditas também enfrentam feroz oposição dos soldados leais ao ex-presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh, que se uniu a seus velhos inimigos houthis.

A Al Qaeda, que tem promovido atentados suicidas contra o houthis, também representa uma ameaça para a estabilidade do Iêmen. Os Estados Unidos enviaram ajuda e pessoal ao país nos últimos anos, como parte de sua guerra contra militantes islamistas, mas suas equipes militares deixaram o Iêmen no mês passado.

(Reportagem de Michael Georgy)

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade