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Oriente Médio

Irã afirma que enriquece urânio como plano alternativo

2 jun 2010 - 15h51
(atualizado às 16h45)
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O Irã enriquece material nuclear a níveis mais altos como plano de emergência, pois teme não receber do exterior combustível para um reator usado para pesquisa médica, disse na quarta-feira o enviado de Teerã à agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Irã começou a refinar urânio a um grau de pureza de 20 por cento em fevereiro, dizendo que queria produzir combustível para um reator que produz isótopos para o tratamento de câncer depois que emperraram as negociações para um acordo de troca de combustível com as grandes potências.

A iniciativa preocupou o Ocidente, porque ela deixa o material mais próximo do nível de refinamento necessário para a fabricação de armas atômicas.

"Temos de fazê-lo, já que estamos diante da falta de garantias legais de suprimento", disse Ali Asghar Soltanieh a jornalistas. O Irã afirma que sua atividade nuclear tem apenas finalidades pacíficas.

De acordo com uma proposta redigida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em outubro, o Irã entregaria 1.200 kg de seu estoque de urânio pouco enriquecido - o suficiente para uma bomba atômica, caso fosse enriquecido a níveis mais altos - em troca dos bastões especiais de combustível.

No mês passado, Brasil e Turquia retomaram parte do plano, o que foi considerado uma forma possível de aliviar as tensões com o Ocidente, e o Irã anunciou ter concordado com a proposta.

Autoridades ocidentais, entretanto, expressaram dúvidas com relação ao novo plano, por causa do início de um projeto de enriquecimento a uma escala maior no Irã e do crescimento dos estoques no país de urânio pouco enriquecido.

Questionado se o Irã pararia de enriquecer urânio a 20 por cento caso ocorresse a troca de combustível, algo que os analistas têm sugerido como um compromisso para tranquilizar o Ocidente, Soltanieh afirmou: "Temos de ser muito cuidadosos para não criar precedentes."

"Eles impõem condições e condições. Desde que o combustível não esteja no centro do reator, estaremos em falta."

Numa viagem a Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, pediu na quarta-feira que as potências mundiais cooperem com o Irã em relação ao programa nuclear do país e afirmou que novas sanções não convenceriam Teerã a abandoná-lo.

Soltanieh também rejeitou um trecho do último relatório da AIEA sobre o Irã, dizendo que os inspetores descobriram que um equipamento nuclear havia sido retirado de um laboratório de pesquisa em Teerã depois que a agência solicitou detalhes sobre a atividade.

"Nada foi retirado", disse ele. "O que quer que esteja nesse parágrafo está errado, estamos escrevendo ao diretor geral e insistindo para que ele corrija isso."

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