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Oriente Médio

Impasse nuclear com Irã persiste após reunião com a ONU

15 mai 2013 - 17h40
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A agência nuclear da Organização das Nações Unidas não conseguiu convencer o Irã nesta quarta-feira a autorizar o reinício de uma investigação sobre suas atividades nucleares, deixando a diplomacia em um impasse.

A expectativa já era pequena, pois o Irã está com suas atenções voltadas para a eleição presidencial do mês que vem. Há mais de um ano a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) tenta retomar as investigações sobre as "possíveis dimensões militares" do programa nuclear iraniano.

"Tivemos intensas discussões hoje (quarta-feira), mas não finalizamos o documento de abordagem estruturada que está sob negociação já faz um ano e meio", disse o subdiretor-geral da AIEA, Herman Nackaerts, após a reunião de oito horas.

Ele acrescentou que a AIEA mantém seu compromisso de negociar, mas que não há novas reuniões marcadas.

O embaixador iraniano junto à agência, Ali Asghar Soltanieh, disse que as duas partes apresentaram propostas durante "intensas discussões técnicas" e que divergências poderão ser superadas em futuros encontros.

Nos Estados Unidos, país que acusa o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, a subsecretária de Estado, Wendy Sherman, disse ao Congresso que a AIEA deveria, ainda neste ano, recorrer ao Conselho de Segurança pedindo novas sanções ao Irã devido à sua recusa em permitir as negociações.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas.

Também nesta quarta-feira, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, jantou em Istambul com o principal negociador nuclear iraniano, Saeed Jalili, que é candidato a presidente.

Ashton, que representa seis países envolvidos em negociações com o Irã, disse ter a expectativa de que Jalili responda à proposta diplomática "boa, abrangente, justa e equilibrada" que essas nações apresentaram em abril.

"Esta não é uma reunião de negociação, e sim uma oportunidade de termos tempo para considerar ainda mais as boas propostas que apresentamos", disse ela em nota.

Analistas dizem que o Irã não deverá tomar nenhuma atitude no impasse nuclear antes da eleição presidencial de 14 de junho.

(Reportagem adicional de Justyna Pawlak, em Bruxelas; e de Arshad Mohammed, em Washington)

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