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Oriente Médio

Iêmen anuncia ter frustrado plano de sabotagem da Al-Qaeda

7 ago 2013 - 14h10
(atualizado às 14h16)
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O Iêmen anunciou nesta quarta-feira ter frustrado um plano da Al-Qaeda para atacar um terminal petrolífero controlado pelo Ocidente, ao mesmo tempo que um avião teleguiado americano matou sete supostos jihadistas no sudeste do país.

O anúncio do governo iemenita foi a primeira indicação da natureza da ameaça da Al-Qaeda que levou ao fechamento d missões diplomáticas dos Estados Unidos na região desde domingo.

O temido braço iemenita da rede jihadista planejou atacar o terminal petrolífero de Mina al-Dhaba, administrado por uma companhia canadense, na costa do Mar da Arábia, e uma instalação de exportação para derivados de petróleo, e esperava tomar como reféns seus funcionários, incluindo expatriados ocidentais, disse um porta-voz do governo.

Eles também conspiraram para tomar o controle da capital provincial Hadramawt, em Al-Mukalla, uma cidade portuária de cerca de 100 mil pessoas, bem como a área de Ghayk Bawazeer, ao norte, declarada brevemente por militantes da Al-Qaeda como um emirado islâmico no início deste ano, informou à AFP o porta-voz Rajeh Badi.

Os militantes haviam planejado realizar seus ataques disfarçados com uniformes militares. "Eles iriam protestar fingindo ser guardas que exigiam bônus... e então invadiriam o porto", disse. "Se eles falhassem em assumir o controle das instalações, o plano era levar especialistas estrangeiros para longe como reféns", acrescentou.

O ataque foi planejado para o 27º dia do Ramadã, o mês de jejum para os muçulmanos, que coincidiu com a segunda-feira, o segundo dia do fechamento em massa das missões dos Estados Unidos no Oriente Médio.

O plano foi frustrado cerca de dois dias antes de seu lançamento, disse Badi.

Washington fechou 19 embaixadas e consulados no Oriente Médio e na África, citando comunicações interceptadas entre os militantes que supostamente incluíam uma ordem de ataque proveniente do líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, para o braço iemenita da rede.

Embora as missões diplomáticas tenham sido fechadas em diversas cidades de todo mundo árabe, o foco de preocupação era o Iêmen, onde as forças americanas lutam uma guerra com drones contra a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA). Washington e Londres retiraram seu pessoal diplomático de Sana na terça-feira, citando relatórios de inteligência sobre um ataque iminente da AQPA.

O mais recente ataque de drone dos Estados Unidos matou sete militantes nesta quarta-feira na província de Shabwa, a oeste de Hadramawt, e foi a segunda ação deste tipo em dois dias, disseram fontes tribais.

O ataque, ocorrido no início da manhã na cidade de Nasab, destruiu dois veículos, disseram as fontes. Todos os mortos eram militantes da AQPA. Este foi o quinto ataque de drone lançado pelos Estados Unidos no Iêmen desde 28 de julho. Ao menos 24 supostos militantes da Al-Qaeda foram mortos desde então.

O presidente americano, Barack Obama, recebeu seu homólogo iemenita, Abdrabuh Mansur Hadi, para negociações na Casa Branca no dia 1º de agosto no âmbito de sua luta conjunta contra os jihadistas.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a decisão para o fechamento de embaixadas foi tomada depois que a inteligência americana interceptou mensagens entre Zawahiri e Nasser al-Wuhayshi, o líder da AQPA. Segundo o jornal The New York Times, as comunicações eletrônicas revelaram que Zawahiri ordenou que a AQPA realizasse um ataque no último domingo.

As autoridades iemenitas reforçaram a segurança em Sana, onde se temia que o ataque seria lançado. Mas responderam com raiva diante da retirada dos diplomatas ocidentais, afirmando que reconheciam os temores quanto à segurança, mas que a retirada "serve aos interesses dos extremistas".

Uma ação deste tipo "mina a excepcional cooperação entre o Iêmen e a aliança internacional contra o terrorismo", afirmou o ministério das Relações Exteriores em Sanaa. As autoridades locais tomaram "todas as precauções necessárias para garantir a segurança das missões estrangeiras", acrescentou.

A AQPA, baseada no Iêmen, tentou cometer diversos atentados nos Estados Unidos, como em 2009, quando quis enviar um passageiro de um avião comercial com explosivos e tentou esconder bombas em cartuchos de impressora enviados em aviões de carga. Washington realizou, por sua vez, dezenas de ataques com drones no Iêmen, onde o grupo militante ocupa vastas zonas que escapam ao controle governamental.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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