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Oriente Médio

Hillary pede que israelenses e palestinos retomem diálogo

31 out 2009 - 20h19
(atualizado às 20h55)
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu neste sábado em Jerusalém para que israelenses e palestinos reiniciem o processo de paz o mais rápido possível e disse que a interrupção da ampliação das colônias judias na Cisjordânia não é uma condição prévia ao diálogo.

"O freio ao crescimento dos assentamentos nunca foi uma condição prévia. Sempre foi um assunto a tratar dentro das negociações", disse Hillary, ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A secretária também fez "uma oferta de restrição na política de assentamentos que não tem precedentes em um contexto prévio às negociações".

Netanyahu teria se comprometido a congelar a construção nas colônias com a exceção dos assentamentos em Jerusalém Oriental, e a finalização de três mil casas na Cisjordânia que já estão iniciadas, segundo o jornal The Jerusalem Post. A chefe da diplomacia americana reiterou o compromisso do presidente Barack Obama para alcançar um acordo de paz integral na região.

Netanyahu ressaltou a disposição de seu Executivo em reiniciar o diálogo de paz e acusou os palestinos de não quererem sentar à mesa de negociação.

Hillary também esteve reunida com os ministros de Assuntos Exteriores e Defesa, Avigdor Lieberman e Ehud Barak, respectivamente. O ultradireitista Lieberman disse a Hillary que, nos processos anteriores, os palestinos não exigiram a interrupção total das construções nos assentamentos como condição para negociar. Para ele, esta exigência é mera desculpa para destruir o processo de paz.

Lieberman disse a Hillary que, Israel não deve se sentar para negociar antes de os palestinos promovam a aprovação na ONU do relatório Goldstone, que acusa ao Estado judeu e ao Hamas de crimes de guerra durante a ofensiva militar israelense contra Gaza, ocorrida entre os meses de dezembro e janeiro.

Barak disse à secretária de Estado que a estagnação das negociações de paz só favorece ao movimento islamita Hamas e outros grupos extremistas na região. Hillary chegou nesta tarde em Tel Aviv procedente de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde esteve reunida neste sábado com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o chefe negociador palestino, Saeb Erekat.

No encontro, Abbas comunicou à administração americana sua rejeição ao restabelecimento das negociações de paz até que Israel pare totalmente a construção nos assentamentos, que tachou de ilegais e inaceitáveis. A recusa de Netanyahu de interromper as atividades nas colônias faz com que seja impossível passar a uma nova fase, assinalou o presidente palestino, que lembrou que essa condição foi estipulada em uma reunião nos Estados Unidos, com o presidente Obama.

Em declarações à imprensa após o encontro com Hillary, Abbas denunciou a demolição de imóveis palestinos pelas autoridades israelenses em Jerusalém e alertou para o aumento da tensão na cidade. "Gritamos para dizer que Jerusalém está em perigo. Salvar Jerusalém é responsabilidade árabe, cristã e do mundo inteiro", disse Abbas, e acrescentou que a paz começa em Jerusalém.

EFE   
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