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Oriente Médio

Hezbollah envia reforços à cidade síria intensamente bombardeada

21 mai 2013 - 09h46
(atualizado às 10h13)
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O Hezbollah libanês enviou mais tropas de elite à cidade estratégica síria de Qousseir, uma intervenção militar direta do movimento xiita que tem provocado preocupação nos Estados Unidos e leva a União Europeia a estudar a inclusão de seu braço armado na lista de organizações terroristas.

Segundo uma fonte dos serviços de segurança sírios, violentos confrontos estão acontecendo no norte de Qousseir, onde se concentram a maior parte dos insurgentes.

"Pelo menos 31 combatentes do Hezbollah morreram desde domingo, assim como 68 rebeldes", afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Quatro civis, incluindo três mulheres, também morreram.

A televisão do Hezbollah exibiu imagens de centenas de pessoas nos funerais, segunda-feira, de cinco membros do movimento xiita "que cumpriram com o dever da jihad (guerra santa)". A emissora não informou o local das mortes.

De acordo com Abdel Rahman, os rebeldes morreram em sua maioria nos bombardeios, enquanto uma fonte ligada ao movimento xiita revelou à AFP que a maioria das baixas foi provocada por bombas camufladas deixadas pelos rebeldes para conter o avanço do Hezbollah.

Esta fonte afirmou que novas tropas foram enviadas para combater em Qousseir.

Frente a esta situação, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou um apelo pela proteção dos milhares de civis, muitos deles crianças, nesta cidade.

"A situação é desesperadora", declarou um porta-voz da Unicef, Marixie Mercado, em uma coletiva de imprensa. "Quais as principais necessidades? Que sejam protegidos", declarou.

Segundo o OSDH, os rebeldes apresentam uma "uma resistência intensa para não abandonar os 25.000 civis, bloqueados na cidade, mas o Hezbollah e o exército prosseguem com a ofensiva.

Qouisser é uma localidade estratégica tanto para o regime como para os rebeldes, pois a cidade controla a passagem de armas e de rebeldes entre Líbano e Síria.

Para Waddah Charara, sociólogo na Universidade libanesa, o movimento xiita está envolvido na "batalha porque esta cidade é a porta pela qual passam homens e armas para o norte do Líbano, e do Líbano para a Síria".

"Tripoli é um reduto da oposição sunita no Líbano e, ao fechar esta porta, enfraquece seus principais adversários libaneses", explicou.

Um civil foi morto em Tripoli em combates entre os bairros sunitas e alauíta, enquanto novos obuses disparados a partir da Síria caíram na localidade libanesa de Munayssa, na região de maioria sunita de Wadi Jaled, e deixaram nove feridos, segundo as autoridades locais.

Neste contexto, a União Europeia pretende incluir o braço armado do Hezbollah na lista de organizações terroristas a pedido da Grã-Bretanha, segundo diplomatas.

"Esperamos alcançar um acordo para incluir o braço armado do Hezbollah na lista de organizações terroristas antes do fim de junho", disse um diplomata que pediu anonimato.

Por sua vez, o presidente americano Barack Obama expressou preocupação em relação à presença do Hezbollah na Síria durante uma conversa por telefone na segunda-feira com o presidente libanês, Michel Sleimane.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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