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Oriente Médio

Hamas pede que países árabes rompam laços com Israel

1 jun 2010 - 15h11
(atualizado às 15h42)
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O líder do movimento palestino Hamas, Khaled Meshaal, pediu nesta terça-feira aos países árabes que têm vínculos com Israel que "cortem todo tipo de relação", e solicitou ao Egito que abra permanentemente sua fronteira com a Faixa de Gaza.

Israel divulga vídeo para justificar ataque a barcos:

Em uma entrevista coletiva na capital do Iêmen, Sana, Meshaal afirmou também que o ataque israelense de ontem contra uma frota de assistência humanitária "é uma etapa decisiva para pôr fim ao bloqueio de Gaza".

O Egito e a Jordânia são as duas únicas nações árabes que mantêm relações diplomáticas com Israel. Nas últimas horas, diversos protestos se sucederam no Cairo e em Amã; os manifestantes exigem o rompimento desses vínculos.

"Peço aos países árabes que têm laços com Israel que cortem todo tipo de relação, porque continuar com elas é premiar Israel", afirmou o líder palestino.

Meshaal se dirigiu diretamente ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, 82 anos: "O senhor começou sua vida como militar lutando contra o inimigo Israel; conclua sua vida com o anúncio histórico de abrir de forma permanente a passagem de Rafah".

A passagem fronteiriça de Rafah, entre o Egito e a Faixa de Gaza, é a única que escapa ao controle israelense. Está fechada desde junho de 2007, quando o Hamas, que venceu as eleições em Gaza, foi expulso da Autoridade Nacional Palestina. O acesso só abre ocasionalmente por razões humanitárias.

Segundo Meshaal, caso seja reaberta o Hamas se encarregará de garantir a ordem da passagem.

Ele fez referência ao ocorrido em janeiro de 2008, quando milhares de palestinos cruzaram para o Egito depois que membros do Hamas derrubaram parte da fronteira, gerando uma situação caótica.

O líder do Hamas está exilado em Damasco e afirmou que o ataque israelense à frota que se dirigia a Gaza representa um "Holocausto" que traz à tona a realidade de Israel.

Meshaal também pediu aos Estados Unidos e a Rússia que façam "um anúncio histórico, o de pôr fim ao bloqueio" que sofre Gaza.

Além disso, ele elogiou a Turquia por "voltar ao seio dos árabes". "Agora Turquia enfrenta a responsabilidade de instar todos contra o bloqueio (que sofre Gaza). Peço aos países árabes e muçulmanos que se solidarizem com a Turquia", acrescentou.

Também dirigiu uma mensagem ao movimento palestino Fatah, rival do Hamas, para acercar posições com o grupo. "Quando nos unirmos, os árabes nos apoiarão", afirmou.

Já Ghassan Khatib, porta-voz do primeiro-ministro palestino Salam Fayyad, disse que a resolução contra Israel do Conselho de Segurança das Nações Unidas é "insuficiente" porque não inclui os "elementos preventivos" necessários para o futuro.

"Qualquer resolução que não atribua responsabilidades a Israel pela violação do direito internacional e dos direitos humanos dos palestinos não pode ser suficientemente boa como para evitar que se repitam os fatos", acrescentou Khatib, que foi ministro em vários Governos de Yasser Arafat.

EFE   
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