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Oriente Médio

Hamas lamenta que relatório da ONU "equipare vítimas e carrascos"

15 set 2009 - 13h25
(atualizado às 13h52)
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O movimento palestino Hamas lamenta que o relatório apresentado, nesta terça-feira, por um comitê da ONU, sobre a ofensiva na Faixa de Gaza, em dezembro do ano passado e janeiro, "equipare vítimas e carrascos" ao acusar tanto sua milícia quanto Israel de ter cometido crimes de guerra.

"É um relatório político que equipara vítimas e carrascos, agredidos e agressores, com o objetivo de contentar a ocupação sionista", disse Ismail Radwan, importante líder do movimento islâmico.

Após tachar o documento de "parcial", Radwan disse que "contrasta" com os resultados de outras investigações que antes "tinham constatado, no terreno, os mais horrendos crimes" cometidos por Israel durante seus 23 dias de operação na Faixa de Gaza.

O ataque deixou mais de 1,4 mil palestinos mortos, na maioria civis, e mais de um quinto deles menores, segundo dados de hospitais locais e ONGs israelenses, palestinas e internacionais.

O relatório, de 574 páginas, foi apresentado hoje na sede das Nações Unidas em Nova York pelo chefe do comitê, o jurista sul-africano Richard Goldstone, após meses de investigações.

O documento ressalta que os lançamentos de foguetes, a partir da Faixa de Gaza, contra localidades do sul de Israel são "crimes de guerra e poderiam chegar a ser crimes contra a humanidade", devido a sua natureza indiscriminada. "O lançamento de foguetes e morteiros que não podem se inscrever com suficiente precisão a alvos militares viola o princípio fundamental da distinção" entre civis e combatentes, afirma o documento, que os considera "ataques deliberados contra a população civil".

Os milhares de foguetes lançados pelas milícias palestinas de Gaza mataram cerca de 20 pessoas em sete anos nas localidades israelenses.

Pouco antes, a diplomacia israelense recebeu o texto com frieza, ao indicar que o "lerá com atenção, como faz com todos os relatórios preparados por organizações nacionais e internacionais", apesar de suas "reservas".

Israel rejeitou cooperar com a investigação, por considerar que seu mandato era "claramente parcial" e que "ignorava os milhares de ataques de mísseis do Hamas contra civis no sul de Israel que tornaram necessária a operação em Gaza", lembrou o Ministério de Exteriores israelense, em comunicado.

EFE   
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