Hamas e Fatah permitem festejos do outro em gesto para paz
Os governos palestinos do Hamas, em Gaza, e da Autoridade Nacional Palestina (ANP), cuja maioria é formada pelo Fatah, na Cisjordânia, permitirão pela primeira vez desde 2007 os festejos do outro grupo em seus respectivos territórios, em um novo gesto em direção à reconciliação definitiva entre ambas as formações.
O Hamas, que no sábado passado festejou em Gaza seu 25º aniversário com a presença do líder máximo do movimento, Khaled Meshaal, que vive no exílio, poderá celebrar a data na Cisjordânia, anunciou nesta segunda-feira Khalil Asaf, responsável neste território de um fórum de personalidades independentes.
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O evento, no qual líderes do Hamas pronunciarão discursos, acontecerá na quinta-feira na cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia, precisou Asaf em entrevista à agência palestina Maan.
Por sua parte, o executivo do Hamas deu sinal verde para que o Fatah comemore em Gaza seu 48º aniversário, geralmente celebrado em 1º de janeiro.
A unidade do Fatah na Faixa de Gaza anunciou ontem que o festejo terá como lema "Estatalidade e vitória", em referência ao recente reconhecimento da Palestina como Estado observador pela Assembleia Geral da ONU.
O último ato organizado pelo Fatah em Gaza (em novembro de 2007, por ocasião do aniversário da morte de Yasser Arafat) foi grandioso mas terminou em violência, com um saldo de sete mortos em função de enfrentamentos entre a polícia e manifestantes.
O ambiente entre Hamas e Fatah mudou notavelmente desde a ofensiva israelense em Gaza no mês passado, com constantes gestos e declarações por ambas as partes em favor da unidade interpalestina, negociada sem sucesso há anos.
Ontem, no terceiro dia de sua histórica visita a Gaza, Meshaal destacou a necessidade de uma "autêntica reconciliação" com o Fatah e sua aposta por "uma autoridade, um governo e um Parlamento" que substituam à atual situação de duplo executivo.
"Estou em contato direto e coordenação com o presidente Abbas (Mahmoud Abbas, líder da ANP) e com os egípcios (mediadores) para conseguir uma autêntica reconciliação", disse.
Abbas, por sua parte, disse ontem em Doha que irá para o Cairo em data ainda por definir para negociar a reconciliação, que foi assinada em 2011 na capital egípcia mas que não se concretizou.
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