PUBLICIDADE

Oriente Médio

Hamas admite Estado palestino temporário com fronteira de 1967

21 jan 2010 - 11h07
(atualizado às 11h18)
Compartilhar

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) poderia aceitar de forma temporária a criação de um Estado palestino nos territórios ocupados por Israel em 1967, manifestou nesta quinta um alto dirigente do grupo na Cisjordânia.

Mahmoud al-Ramahi afirmou à rádio Al Quds, com sede em Gaza e partidária da facção Jihad Islâmica, que o movimento Hamas estaria disposto a aceitar temporariamente esse Estado nas fronteiras anteriores à guerra de 1967 em troca de uma trégua a longo prazo com Israel, embora sem reconhecer o Estado judeu.

Israel ocupou em junho de 1967, na Guerra dos Seis Dias, os territórios palestinos da Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental, além da Península do Sinai e das Colinas de Golã.

"Para o Hamas, esta solução seria provisória. Aceitamos temporariamente o Estado palestino nas fronteiras de 1967 sem reconhecer Israel e sem renunciar ao nosso direito legítimo aos territórios de 1948 (Israel)", declarou al-Ramahi à emissora.

O periódico israelense editado em inglês The Jerusalem Post informou hoje que o alto dirigente do Hamas na Cisjordânia e presidente eleito do Parlamento palestino, Aziz Dweik, disse que o movimento islamita teria aceitado mudar sua carta de fundação, que apóia à destruição de Israel.

Tanto o próprio Dweik como al-Ramahi afirmaram que foram mal-interpretadas as declarações feitas pelo mais alto dirigente do Hamas na Cisjordânia, e esclareceram que seu movimento não tem intenções de modificar seu documento constitutivo.

"O Hamas aceita uma solução temporária só em troca de uma trégua a longo prazo com Israel, mas não aceitamos o direito de Israel à existência em nossas terras palestinas", disse al-Ramahi.

"Se o mundo reconhece o Estado palestino nas fronteiras de 1967, isso não significa que o Hamas reconheça o Estado de Israel e que nosso povo renuncie a seus direitos sobre os territórios da Palestina histórica", recalcou.

O Hamas, que figura na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, apóia em seus estatutos a destruição de Israel e não reconhece o Estado judeu, assim como os acordos assinados pelo grupo com organizações palestinas.

"O Hamas está submetido a pressões americanas e europeias para que mude seus estatutos, mas não cederemos a estas pressões, ao contrário da Organização para Libertação da Palestina (OLP), que aceitou mudar sua carta de fundação em 1993", concluiu al-Ramahi.

EFE   
Compartilhar
Publicidade